Polícia fala em "suposto atentado" após ataque com caminhão em Berlim
A polícia de Berlim informou, nesta terça-feira (20), que o caminhão que atropelou ontem os visitantes de uma feira natalina no centro da cidade, deixando 12 mortos, "foi conduzido deliberadamente em direção a multidão" e falou pela primeira vez de um "suposto atentado terrorista".
"Toda ação policial contra o suposto atentado terrorista em Breitscheidplatz continua a toda velocidade e com o cuidado necessário", manifestou através de sua conta oficial no Twitter.
Além das doze pessoas mortas, outras 48 pessoas ficaram feridas na ação desta segunda-feira (19), e foram levadas para hospitais, segundo a polícia alemã.
O crime aconteceu por volta das 20h15 (horário local, 17h15 em Brasília) na praça Breitscheidplatz, quando o veículo saiu da pista e invadiu a feira. Aparentemente, o caminhão entrou em uma área aberta ao público, circulou entre as barracas e colidiu com uma grande árvore de Natal. Nessa época do ano, os mercados natalinos atraem uma grande quantidade de turistas e locais.
O caminhão estava carregado com vigas aço, segundo a polícia, o que teria feito com que ele ficasse ainda mais pesado e piorasse as consequências da colisão.
O motorista do caminhão tentou fugir do local após o incidente, mas foi preso; o passageiro do caminhão foi encontrado morto, segundo o jornal Bild. A polícia ainda não confirmou a identificação dos dois ocupantes do caminhão. Segundo a Deutsche Welle, o passageiro era polonês.
O veículo pertencia a uma empresa de transporte da cidade de Gdansk, na Polônia, informou o jornal "Berliner Zeitung". Segundo a publicação, o dono da companhia, identificado como Ariel Z, informou que seu primo iria conduzir o caminhão até a capital alemã e que, segundo ele, iria passar a noite na cidade.
Porém, ao ser entrevistado por uma emissora da Polônia, Ariel afirmou que o motorista não era seu primo. "A pessoa que saiu do veículo não é meu motorista".
Segundo a imprensa local, há uma chance de o veículo ter sido roubado. O caminhão devia ter descarregado uma mercadoria em Berlim às 16h, mas não o fez, levantando suspeitas de que o passageiro morto no caminhão poderia ser o primo de Ariel.
Também nesta segunda-feira (19), um tiroteio em um centro de orações muçulmanos deixou três feridos em Zurique, na Suíça. Além disso, o embaixador da Rússia na Turquia, Andrei Karlov, foi morto por um atirador enquanto visitava uma galeria de arte em Ancara, capital turca.
Situação dramática
A polícia chegou a pedir para que as pessoas não saíssem de casa e evitassem chegar perto da feira natalina por ter descoberto um item suspeito, mas a ameaça foi suspensa. Por segurança, o mercado foi evacuado.
Após a ação, o prefeito de Berlim, Michael Müller (SPD) prestou condolências às famílias da vítimas. "O que vemos aqui é dramático", afirmou o chefe de governo.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou estar em luto. "Estamos em luto e esperamos que os muitos feridos recebam a ajuda necessária", divulgou o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em sua conta no Twitter.
A diretora do portal "SITE", que monitora as atividades dos extremistas na internet, Rita Katz, informou que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) tinha dado "instruções" para realizar ataques em mercados de Natal.
Semelhança com Nice
O incidente evocou lembranças ao atentado em Nice, na França. No dia 14 de julho, um caminhão avançou sobre a multidão que comemorava o feriado nacional francês da Tomada da Bastilha, matando 86 pessoas e ferindo quase uma centena de pedestres. Havia cerca de 30.000 pessoas no local.
Já o presidente da França, François Hollande, afirmou que "os franceses partilham o luto dos alemães" e também publicou mensagem no Twitter.
Após o incidente fatal no mercado de natal em Berlim, as autoridades francesas suspeitaram de um ataque terrorista e reforçaram as medidas de segurança em todo o país.
Cidades como Paris, Madri e Londres já sofreram com atentados.
(Com as agências EFE, Reuters, AFP e Ansa)
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