Pela 3ª vez no ano, atentados levam terror à Inglaterra e matam 7 pessoas
Um ataque coordenado que levou oito minutos e deixou sete mortos em dois lugares próximos de Londres no sábado (3) volta a acender o alerta para o terror na Inglaterra. Este é o terceiro atentado em solo britânico em 2017.
Na noite de sábado, o primeiro ato terrorista começou quando uma van branca invadiu a calçada e atropelou os pedestres que estavam na ponte London Bridge, importante ponto turístico da capital inglesa, para, posteriormente, dirigir-se ao movimentado Borough Market, onde três homens armados com facas atacaram pedestres.
Além das mortes, ao menos 48 pessoas foram levadas para hospitais da região, muitas seguem em estado crítico. Os três suspeitos identificados como terroristas também foram mortos.
Na manhã deste domingo (4), a polícia britânica prendeu 12 pessoas no bairro de Barking, zona leste de Londres, em conexão com os ataques. As buscas continuam na região.
Em março, um ataque semelhante aconteceu na ponte de Westminster e deixou cinco mortos. Um homem invadiu a área de pedestres com uma van e ainda matou a facadas um policial em frente ao Parlamento.
No dia 22 de maio, um atentado durante o show da cantora norte-americana Ariana Grande, em Manchester, deixou 22 mortos. Nele, um jovem britânico de origem líbia se detonou, em um episódio reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico.
'Basta'
Na manhã de domingo, a primeira-ministra britânica, Theresa May, falou publicamente que é preciso dar um "basta" à ideologia do extremismo islâmico, que tem servido de inspiração para "ataques cruéis" como o ocorrido.
Além de aumentar a proteção dentro do país e acabar com o Estado Islâmico, May disse que é precisa alcançar acordos internacionais para aumentar a vigilância sobre a internet e serviços de mensagens, que têm servido como territórios seguros para terroristas.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, chamou o atentado de "bárbaro" e injustificável.
"Foi um ataque deliberado e covarde contra londrinos e turistas de nossa cidade que desfrutavam do sábado à noite", disse.
O governo decidiu manter as eleições legislativas no país, que estão marcadas para quinta-feira (8).
Testemunhas contam o que viram
A London Bridge foi fechada. Segundo testemunhas citadas pela mídia britânica, uma van branca atropelou pedestres.
Holly Jones, uma repórter da BBC que estava na ponte quando o incidente aconteceu, disse que uma van acelerou --a cerca de 80 km/h-- sobre uma multidão de pedestres.
"Um motorista de uma caminhonete branca veio acelerando e virou para atingir a multidão de pessoas que estava andando pelo pavimento", contou. "Ele desviou perto de mim e depois atingiu cerca de cinco ou seis pessoas. Ele bateu em cerca de duas pessoas na minha frente e depois três atrás".
Uma testemunha, que se identificou apenas como Dee, de 26 anos, que mora em Londres mas não é britânica, disse à AFP pouco depois da ação, visivelmente emocionada, que foi um "atentado terrorista".
"Uma van bateu contra a mureta da London Bridge e depois apareceu um cara com uma faca, desceu as escadas e entrou em um bar. Um bar francês. Não entrou no bar, estava no terraço", explicou, sem revelar o seu sobrenome e nacionalidade.
"Estavam esfaqueando todo mundo"
Outra testemunha, Alex Shellum, disse à BBC que estava em um bar na London Bridge com amigos quando "uma mulher ferida entrou e pediu ajuda".
"Ela sangrava muito no pescoço, parecia que haviam cortado o seu pescoço. As pessoas tentaram estancar a hemorragia".
Gerard, que também estava na área, disse à BBC que viu um homem dando pelo menos 10 facadas em uma jovem.
"Estavam esfaqueando todo mundo. Corriam e gritavam: 'Isto é por Alá!'", relatou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou o atentado para pedir à Justiça de seu país que retire o bloqueio a seu decreto que pretende proibir a entrada no território americano de pessoas de certas nacionalidades.
"Precisamos da proibição de viajar como nível adicional de segurança!", escreveu no Twitter.
* Com agências internacionais
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