Após Constituinte, EUA congelam bens de "ditador" Maduro
O governo dos EUA anunciou nesta segunda-feira (31) o congelamento de todos os bens do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que estejam em jurisdição americana.
Além disso, proibiu cidadãos e empresas americanas de fazerem negócio com o líder venezuelano, a quem chamou de "ditador".
A medida é anunciada um dia após a realização da votação de uma Assembleia Nacional Constituinte no país sul-americano, uma votação marcada pela violência, com dez mortes registradas, e pela alta abstenção, de 88%, segundo a oposição. O governo venezuelano afirmou, porém, que 8 milhões de pessoas, ou 41,53%, votaram.
“As eleições ilegítimas de ontem confirmam que Maduro é um ditador que despreza a vontade do povo venezuelano", disse nota do secretário de Tesouro, Steven Mnuchin. "Ao sancionar Maduro, os EUA deixam claro nossa oposição às políticas desse regime e nosso apoio ao povo da Venezuela, que quer o retorno de seu país à democracia."
"Qualquer pessoa que participe dessa Assembleia ilegítima pode ficar sujeita a sanções futuras dos EUA por seu papel em enfraquecer os processos e as instituições democráticas na Venezuela", diz ainda a nota.
"Maduro não é apenas um líder ruim, agora ele é um ditador", afirmou em coletiva o assessor de segurança nacional de Trump, general H.R. McMaster.
Trata-se do quarto chefe de governo na história a ser alvo de sanções do governo americano. Não está claro se Maduro tem bens nos EUA, e se tem, qual o valor deles.
Ameaça
Há duas semanas, o Donald Trump havia ameaçado impor "fortes" sanções econômicas contra a Venezuela se Maduro insistisse nos planos de formar uma Assembleia Nacional Constituinte, após um referendo simbólico organizado pela oposição mostrar que 98,4% rejeitam a formação da Constituinte.
"O povo venezuelano novamente deixou claro que eles apoiam a democracia, a liberdade e o estado de direito. Mas seus atos fortes e corajosos continuam a ser ignorados por um mau líder que sonha em ser um ditador", afirmou a nota de Trump divulgada pela Casa Branca.
"Os EUA não ficarão quietos enquanto a Venezuela desmorona. Se o regime de Maduro impulsionar sua Assembleia Constituinte no dia 30 de julho, os EUA tomarão fortes e rápidas ações econômicas", afirmou ainda.
"Os EUA novamente pedem eleições livres e justas e ficam firmes ao lado do povo da Venezuela em sua busca por devolver seu país a uma democracia total e próspera", finalizou o texto.
Na semana passada, os EUA já haviam aplicado sanções contra 13 funcionários e ex-funcionários da Venezuela, incluindo os ministros da Educação, Elías Jaua, e do Interior, Néstor Reverol, e a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena.
As sanções apontavam para funcionários atuais ou anteriores "associados às eleições ou por violar a democracia, assim como a violência generalizada contra manifestantes da oposição, e a corrupção", assinalou o Tesouro.
Jaua e Lucena foram incluídos na lista por se mobilizar "ativamente" em apoio à Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro e por "minar a democracia e os direitos humanos na Venezuela".
Por essa mesma razão foram sancionados Tarek William Saab, defensor público, e Iris Varela, membro da comissão presidencial preparatória da Assembleia Constituinte.
Simultaneamente, em teleconferência, um funcionário do Tesouro enviou um alerta claro: "quem decidir se juntar à Assembleia Constituinte estará minando as instituições e ficará exposto a potenciais sanções americanas". (Com agências internacionais)
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