Suspeito é preso após atropelar multidão e matar manifestante em marcha antirracismo nos EUA
Um homem atropelou várias pessoas neste sábado (12) em uma marcha de manifestantes antirracismo em Charlottesville, na Virgínia. A cidade está sendo palco de conflitos entre esses ativistas e manifestantes nacionalistas brancos, neonazistas e membros da Ku Klux Klans que se reuniram desde a noite de sexta-feira (11) para protestar contra negros, imigrantes, gays e judeus.
Segundo as autoridades, uma mulher de 32 anos morreu no atropelamento. Outras 19 pessoas ficaram feridas --cinco estão em estado crítico. Além dessa morte, um helicóptero da polícia caiu, deixando dois mortos --a polícia investiga as causas e se o caso tem relação direta com o conflito racial.
O motorista suspeito do atropelamento foi preso logo após o crime.
Ele foi identificado como James Alex Fields, 20 anos, de Maumee, Ohio, e responderá a acusação de assassinato em segundo grau (intencional, mas não planejado com antecedência). A polícia não divulgou qual teria sido a motivação alegada pelo suspeito para cometer o ataque.
Vídeos de testemunhas mostram o momento em que o carro avança sobre manifestantes que marchavam contra os supremacistas brancos. Ele para ao se colidir com outro carro, e o motorista imediatamente dá marcha à ré.
O incidente ocorreu pouco depois de o governador da Virgínia, Terry McAuliffe, ter declarado estado de emergência na cidade e de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter condenado "tudo o que representa o ódio".
Mais tarde, Trump condenou a violência oriunda de "vários lados", sem citar especificamente os grupos neonazistas.
Queda de helicóptero
Segundo a polícia estadual da Virgínia, o helicóptero caiu por volta das 17h locais (18h de Brasília) perto de uma área florestal em Albermale. Os dois ocupantes do helicóptero eram policiais e morreram na queda; ninguém ficou ferido em solo.
A polícia afirmou que está investigando as causas do acidente. Ainda não se sabe se a queda da aeronave tem relação direta com os confrontos.
"Unir a Direita"
A polêmica marcha "Unite the Right" (Unir a Direita) foi organizada como protesto pela retirada de uma estátua em homenagem ao general confederado Robert E. Lee, que liderou as forças sulistas, pró-escravidão, durante a Guerra Civil dos EUA, no século 19. Nela, os nacionalistas gritaram palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus e carregaram tochas, fazendo gestos nazistas.
Antes do atropelamento, os confrontos entre os manifestantes neste sábado aconteceram no Emancipation Park, local onde está a estátua do general Lee, pouco antes do meio-dia, quando estava marcado o evento, que prometia reunir mais de mil manifestantes, incluindo líderes de grupos associados à extrema-direita do país. Quinze pessoas ficaram feridas nesses confrontos.
"Vocês não nos apagarão", cantou uma multidão de nacionalistas brancos, enquanto os manifestantes contrários levavam cartazes que diziam: "Nazi vai para casa" e "Destrua a supremacia branca".
A polícia precisou intervir e usar gás de pimenta para dispersar os dois grupos. Depois que a multidão foi dispersada, dezenas de agentes da lei vestidos com equipamentos de proteção foram vistos patrulhando as ruas, com pequenos grupos de manifestantes reunidos em bolsões nas ruas circundantes.
Segundo o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Mike Signer, a manifestação é racista, "uma parada covarde de ódio, preconceito, racismo e intolerância".
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