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Brasil e 11 países americanos pedem auditoria independente das eleições na Venezuela

Nicolás Maduro exibe mapa com o resultado eleitoral - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Nicolás Maduro exibe mapa com o resultado eleitoral Imagem: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Do UOL, em São Paulo

17/10/2017 16h35

Os governos do Brasil, Argentina, Canadá, Chile, México e de outros sete países americanos pediram nesta terça-feira (17) uma auditoria independente de todo o processo eleitoral venezuelano, "acompanhada por observadores internacionais especializados". Segundo a nota conjunta emitida pelo Grupo de Lima, a medida é necessária diante dos "diversos obstáculos, atos de intimidação, manipulação e irregularidades que caracterizaram as eleições" de governadores realizadas no fim de semana no país.

Integram o grupo ainda os governos da Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru. A nota defende a autoria como meio de "esclarecer a controvérsia gerada sobre os resultados da referida eleição e conhecer o verdadeiro pronunciamento do povo venezuelano".

A oposição venezuelana também pede uma auditoria das eleições regionais, cujo resultado desconhece. O chavismo, que antes tinha 20 governos, comemorou os resultados como uma vitória - pois as pesquisas davam à oposição a possibilidade de obter 18 estados. A situação venezuelana venceu 17 das 23 governos em disputa - o último o poder eleitoral se atribuiu, mas ainda não fez o anúncio. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, as eleições foram transparentes.

Na segunda-feira, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, declarou que "não se pode reconhecer" os resultados da eleição para governadores realizada no domingo na Venezuela, e avaliou que "já não é mais tempo de resoluções ou declarações". Segundo Almagro, a votação realizada no domingo exibiu irregularidades que "repetem variáveis de ilegalidade, incerteza e fraude que temos denunciado".

Os governadores dos 23 estados foram eleitos, por um período de quatro anos, depois de dois meses de trégua após os protestos que deixaram 125 mortos entre abril e junho. (Com agências internacionais)