Rumo ao Chile, papa diz temer guerra nuclear: "Basta um incidente para ativar o gatilho"
O papa Francisco admitiu nesta segunda-feira (15), durante a viagem para o Chile, que teme uma guerra nuclear mundial.
"Sim, eu tenho medo. Estamos no limite. Basta um incidente qualquer para ativar o gatilho da guerra", disse o líder católico. "Precisamos destruir as armas, trabalhar para o desarmamento nuclear", afirmou aos jornalistas que o acompanham no voo para o Chile.
Francisco iniciou hoje uma viagem ao Chile e Peru. No avião que o leva até Santiago, o papa distribuiu uma foto de dois irmãos vítimas do bombardeio atômico em Nagasaki, no Japão, em 1945. "O fruto da guerra...", disse o papa.
A imagem, feita pelo fotógrafo Joseph Roger O'Donnell, já tinha sido difundida em dezembro por Francisco e retrata a mensagem que o papa deseja passar ao mundo, de preocupação com uma Terceira Guerra Mundial.
Em diversos pronunciamentos, Francisco afirmou que essa guerra já existe, mas que, ao contrário das outras, que ocorreram centralizadas na Europa, esta acontece simultaneamente em várias partes do mundo.
"Peço que acompanhem com orações minha viagem ao Chile e ao Peru", escreveu o Papa em seu perfil oficial no Twitter na manhã desta segunda (15), antes de embarcar.
Mensagem de diversidade
Em sua 22ª viagem internacional desde que assumiu o trono católico, em 2013, Francisco terá como meta promover uma mensagem de sociedade mais justa e de respeito à diversidade dos povos, além da preservação ambiental.
No Chile, onde ficará até quinta-feira (18), Francisco visitará a cidade de Temuco, capital da região indígena de Araucanía. A população local, mapuche, mantém um conflito ancestral com o Estado chileno pela devolução de terras. Os povos também pedem respeito à cultura, além da manutenção do idioma original.
Mas a primeira parada do Papa será a capital, Santiago, onde terá um encontro ainda hoje com a presidente Michelle Bachelet no Palácio La Moneda.
Por fim, Francisco visitará a cidade de Iquique, a 1.530 quilômetros da capital, para celebrar uma missa em homenagem à Virgem do Carmen, padroeira do Chile.
Na semana passada, porém, igrejas católicas da capital foram alvos de ataques à bomba. Ao menos três locais foram danificados, e a sede da nunciatura apostólica do Chile foi invadida por políticos da oposição, que reclamam contra o uso de dinheiro público para a visita de Francisco ao país.
No Peru, onde o Papa ficará até o dia 22 de janeiro, haverá uma visita à capital, Lima, e outra à cidade de Trujillo, onde celebrará uma missa para mais de um milhão de fiéis.
Mas um terremoto de 7 graus atingiu o Peru neste fim de semana, deixando ao menos dois mortos e mais de 50 feridos, o que pode interferir na viagem de Francisco.
Outro tema também virá à tona com força durante a viagem papal: as denúncias de impunidade por crimes de pedofilia contra o movimento católico Sodalicio de Vida Cristiana, fundado por Luis Fernando Figari, e que está sob intervenção do Vaticano desde semana passada. (Com Ansa)
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