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Sequestrador é morto em supermercado na França; atirador matou ao menos 3 pessoas

O primeiro atentado com vítimas desde que Macron assumiu a presidência da França - Foto: AFP - Foto: AFP
O primeiro atentado com vítimas desde que Macron assumiu a presidência da França
Imagem: Foto: AFP

Do UOL, em São Paulo

23/03/2018 08h24Atualizada em 23/03/2018 14h29

A polícia francesa matou o homem que manteve reféns dentro de um supermercado na cidade Trebes, no sul da França, nesta sexta-feira (23). De origem marroquina, o sequestrador matou três pessoas e ainda deixou 16 feridos.

Antes do meio-dia (horário local), o sequestrador roubou um veículo na cidade medieval de Carcasonne, matando um homem e deixando um ferido que estavam no carro. No caminho, o sequestrador trocou tiros com policiais e invadiu um supermercado na cidade vizinha. Dentro do mercado, outras duas pessoas foram mortas, segundo o Ministério do Interior. 

mapa ataque franca - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

O sequestrador foi identificado como Redouane Lakdim, de 26 anos. Ele era conhecido pelas autoridades francesas por suspeitas de radicalização. Marroquino, Lakdim foi preso em 2016 por tráfico de drogas. Segundo o ministro do interior, Gérard Collomb, ele agiu sozinho.

Depois de entrar no estacionamento gritando "Allahu  Akbar" ("Deus é grande"), ele denunciou a intervenção militar francesa na Síria, ameaçou matar os clientes do supermercado e disse ser um "soldado" do grupo terrorista Estado Islâmico. Após a confirmação da morte do sequestrador, o Estado Islâmico reivindicou o ataque.

A polícia cercou o supermercado da rede "Super U" minutos após a invasão e conseguiu retirar clientes que estavam na loja e começou a negociação com o sequestrador. De acordo com a imprensa francesa, um policial trocou de lugar com um refém e deixou seu celular ligado durante o sequestro. Dessa forma, autoridades puderam acompanhar o andamento do incidente e agiram quando tiros foram disparados.

Homem faz reféns em supermercado na França - LA VIE A TREBES/via REUTERS - LA VIE A TREBES/via REUTERS
Imagem: LA VIE A TREBES/via REUTERS

"Ele gritou e começou a disparar várias vezes", contou um cliente do supermercado à rádio France Info. "Vi a porta do frigorífico e pedi que as pessoas fossem se esconder lá comigo. Éramos dez e ficamos lá por uma hora. Houve mais disparos e fugimos pela porta de emergência dos fundos", completou.

Ato terrorista, diz Macron

Em declarações na Bélgica, o presidente Emmanuel Macron afirmou que as indicações apontam para um ato terrorista. O premiê francês, Édouard Philippe, confirmou que o caso está sendo investigado como terrorismo. 

O canal de TV BFM afirmou que o sequestrador chegou a pedir a libertação de Salah Abdeslam, o único terrorista vivo que participou dos ataques de novembro de 2015 em Paris, que deixaram 130 mortos.

Invasão após tiroteio

O homem armado invadiu a loja da rede Super U por volta das 11h15. A loja de cerca de 2 mil metros quadrados teria 50 funcionários, segundo o porta-voz da companhia, Thierry Desouches. No entanto, Desouches não soube precisar quantos funcionários estavam dentro do mercado no momento. 

Minutos antes de invadir o supermercado, o suspeito teria atirado contra quatro policiais em Carcassonne, a cerca de 5 quilômetros do supermercado. Um policial foi ferido no ombro. O homem abriu fogo a partir de um veículo e, em seguida, partiu para o supermercado --o veículo foi encontrado no estacionamento do estabelecimento. 

Se o vínculo com o EI for confirmado, o ataque será o primeiro desta dimensão desde a eleição do presidente Emmanuel Macron em maio do ano passado.

O ataque desta sexta acontece um dia depois do segundo aniversário dos atentados em Bruxelas, na Bélgica, onde, em 22 de março de 2016, terroristas suicidas detonaram várias bombas no aeroporto e numa estação de metrô, matando 32 pessoas.

A data marca ainda o primeiro aniversário do atentado em Londres, no Reino Unido, onde um motorista atropelou pedestres na ponte Westminster, no coração da cidade, matando duas pessoas. Em seguida, ele esfaqueou e matou um policial nos arredores do Parlamento britânico, antes de ser baleado e morto por policiais. (Com agências internacionais)