Como foi feita a foto na fronteira que resume o desespero dos imigrantes?
Depois de quase duas semanas documentando a difícil jornada de uma caravana de migrantes que saíram principalmente da América Central em direção à fronteira entre os EUA e o México, tirei uma foto que jamais esquecerei.
Na imagem, tirada no domingo, você pode ver a mãe hondurenha Maria Meza, 35, agarrando os braços finos de suas duas filhas gêmeas de 5 anos de idade, Cheili e Saira, enquanto elas freneticamente corriam de uma bomba de gás lacrimogêneo que expelia fumaça.
Cheili vestia fraldas e Saira estava descalça, enquanto sua mãe usava uma camiseta mostrando as irmãs sorridentes do desenho "Frozen", da Disney, um filme que eu já vi muitas vezes com minha própria filha.
A filha de 13 anos de Mesa, Jamie, está atrás da mãe na foto, também fugindo do gás que se aproximava.
Nos momentos frenéticos em que as latas atingiam o chão, o cheiro ácido estava em toda parte e eu podia ver crianças chorando, com os olhos feridos pelo gás.
"Eu pensei que ia morrer com eles por causa do gás", disse Meza a meus colegas da Reuters um dia depois, acrescentando que estava chocada com agentes de fronteira dos EUA que estavam disparando contra as mulheres e crianças.
O governo dos EUA afirmou que os oficiais da alfândega dispararam os cartuchos depois que um grupo de imigrantes tentou atravessar a fronteira violentamente, lançando projéteis contra eles.
A família de Meza chegou à fronteira de El Chapparal, que fica entre as cidades de Tijuana, no México, e San Diego, nos EUA, depois de deixar sua casa na violenta cidade de San Pedro Sula, no norte de Honduras, há dois meses.
O incidente de domingo (25) aconteceu depois que um grupo de imigrantes em Tijuana correu para a cerca da fronteira.
Pouco antes de o gás lacrimogêneo ter sido disparado, eu segui alguns dos migrantes quando eles se aproximaram de uma seção da cerca da fronteira recentemente reforçada com bobinas de arame farpado. Agentes da fronteira dos EUA olharam cautelosamente para o grupo do outro lado.
Meza e seus filhos contaram que já passaram uma semana em um abrigo de Tijuana, mas provavelmente terão de esperar muito mais por uma chance de finalmente defender seu caso.
Ela disse que espera receber asilo nos Estados Unidos devido ao crime desenfreado em sua terra natal e, se for bem-sucedida, viajará para a Louisiana, onde mora o pai das meninas.
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