6 momentos que explicam a crise da Venezuela
A ordem do ditador Nicolás Maduro para que a fronteira da Venezuela com o Brasil seja fechada a partir de hoje soma mais um capítulo na forte crise que atinge o país vizinho.
A situação de incertezas políticas e econômicas por que a Venezuela já vinha passando foi agravada após a reeleição de Maduro, em maio do ano passado. A vitória aconteceu em meio a um processo eleitoral marcado por desconfiança e denúncias de fraude.
Desde então, Maduro disse ter sofrido uma tentativa de atentado, chanceleres de países do continente americano pediram para que o ditador não assumisse seu mandato e o deputado e líder oposicionista Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela --sendo então reconhecido por países como o Brasil e os Estados Unidos.
Veja, abaixo, seis momentos que ajudam a explicar a crise da Venezuela.
1. Reeleição de Maduro: maio de 2018
Com mais de 5,8 milhões de votos (68% dos votos válidos), Maduro foi reeleito para um mandato de mais seis anos na Presidência da Venezuela em maio do ano passado. O adversário Henri Falcón, indicado pelas pesquisas como favorito na disputa, conquistou pouco mais de 1,8 milhão de votos (21%).
Oposicionistas denunciaram mais de mil violações à lei eleitoral, que teriam sido cometidas pelo governo de Maduro, e acusaram o ditador de obrigar o povo a votar em seu nome.
A eleição também foi marcada por uma forte abstenção, de 54% --em 2013, a eleição presidencial anterior teve abstenção de 20,3%.
2. Maduro sofre "atentado": agosto de 2018
Maduro, sua mulher e o alto comando militar da Venezuela participavam de um desfile militar na cidade de Caracas quando foram evacuados após um barulho de explosão.
Segundo o governo, "dois artefatos voadores, tipo drone" foram usados em uma tentativa de "ataque" a Maduro. Na transmissão oficial do evento, no entanto, não foi possível ver qualquer drone, e testemunhas presentes no local afirmaram à imprensa que não viram nada semelhante.
Após o suposto atentado, Maduro endureceu o discurso contra seus adversários.
3. Grupo de Lima não reconhece mandato: janeiro de 2019
Formado por chanceleres de países do continente americano, entre eles o Brasil, o Grupo de Lima declarou não reconhecer a legitimidade do novo mandato de Maduro.
O bloco pediu para que Maduro não assumisse e transferisse seus poderes para a Assembleia Nacional, composta em sua maioria por opositores do ditador.
4. Guaidó se declara presidente interino: janeiro de 2019
Apenas um dia após a declaração do Grupo de Lima, a Assembleia Nacional da Venezuela considerou o novo mandato de Maduro ilegítimo.
Pouco depois, o deputado Juan Guaidó, escolhido por unanimidade como o novo presidente do Parlamento, se autoproclamou presidente interino da Venezuela. Ele disse ter como objetivo o estabelecimento de um governo de transição para que sejam realizadas eleições livres no país.
5. Países pelo mundo reconhecem (e não reconhecem) a legitimidade de Guaidó: janeiro e fevereiro de 2019
Logo após sua autoproclamação, Guaidó foi reconhecido como presidente interino da Venezuela por países como os Estados Unidos, Canadá e representantes do Grupo de Lima --entre eles, o Brasil.
A maior parte da União Europeia, incluindo países como Alemanha, França, Reino Unido e Suécia, reconheceram o chefe do Parlamento venezuelano como presidente interino do país.
Já países como Irã, Rússia e China declararam apoio a Maduro e disseram ser contrários a uma "intervenção estrangeira" na política venezuelana.
6. Ajuda humanitária brasileira: fevereiro de 2019
Em uma ação em cooperação com os Estados Unidos, o governo brasileiro anunciou, nesta terça-feira (19), o oferecimento de ajuda humanitária para a Venezuela.
Segundo o Itamaraty, a ajuda seria "disponibilizada em território brasileiro", nas cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima, "para recolhimento pelo governo do presidente encarregado Juan Guaidó, por caminhões venezuelanos conduzidos por venezuelanos".
A ação estava prevista para acontecer no sábado (23).
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