Bolsonaro fala em ajudar Venezuela, mas 'dentro das nossas tradições'
Se Juan Guaidó veio a Brasília esperando disposição brasileira de ajudar a retirar o ditador Nicolás Maduro à força, saiu frustrado. Após encontro a portas fechadas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou à imprensa hoje (28) que não poupará esforços para ajudar o país vizinho, mas destacou que o fará "dentro da nossa Constituição e de nossas tradições".
A Constituição brasileira diz que é preciso aprovação do parlamento para operações bélicas -- e que elas devem ser motivas por agressão externa. Além disso, a tradição diplomática brasileira é de não intervenção em conflitos armados.
"Não pouparemos esforços, obviamente dentro da legalidade, da nossa constituição e de nossas tradições para que a democracia seja reestabelecida na Venezuela. Todos nós sabemos que isso só sera possível não apenas com eleições, mas eleições limpas e confiáveis."
Bolsonaro aproveitou a situação para atacar indiretamente os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ambos são do PT, cuja presidente Gleisi Hoffmann expressa apoio a Maduro. Segundo ele, os dois ex-presidentes foram, em parte, "responsáveis pelo que vem acontecendo na Venezuela hoje em dia" e que o Brasil "estava em um caminho semelhante" ao da Venezuela.
"A democracia e a liberdade têm de ser tratadas com muito carinho e se vigiar. O Brasil, ouso dizer, estava num caminho semelhante. Graças a Deus, o povo aqui acordou. Em parte, se mirou no que aconteceu negativamente em seu país e resolveu dar um ponto final no populismo, na demagogia barata que leva à situação em que seu país se encontra no momento. Essa esquerda, como você disse lá em cima agora há pouco, gosta tanto de pobres que acabou multiplicando-os. E a liberdade buscada por eles foi por baixo", declarou.
Além disso, Bolsonaro garantiu que o companheirismo brasileiro será duradouro."Sabemos, no segundo tempo, que teu pais enfrentará a recuperação econômica. Você pode contar conosco no que for possível, apesar dos problemas que enfrentamos aqui também. Nos interessa uma Venezuela livre, próspera, democrática e economicamente pujante".
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