Após anúncio de Guaidó, confrontos são registrados em Caracas
Militares e manifestantes favoráveis ao presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, estão em confronto com militares leais ao ditador Nicolás Maduro em frente à base aérea de La Carlota, na zona leste da capital Caracas. Bombas de gás lacrimogêneo estão sendo lançadas na rodovia Francisco Fajardo, onde milhares de pessoas protestam. No final da manhã, carros blindados das Forças Armadas chegaram a passar sobre manifestantes da oposição.
A repressão dos militares tem feito com que manifestantes que ainda se dirigiam a região de La Carlota retrocedam pela avenida Prados del Este. Segundo a imprensa local, os militares leais a Maduro bloqueiam a entrada da rodovia Francisco Fajardo nos dois sentidos.
Os confrontos acontecem logo após Guaidó anunciar que militares se uniram à oposição para que "se termine definitivamente a usurpação" do poder. Maduro, por sua vez, diz que detém lealdade dos militares. Segundo o governo, um "pequeno grupo de traidores" apoia Guaidó e há um golpe está em curso.
La Carlota fica na região leste da cidade, mas muito próxima ao centro de Caracas. A rodovia Francisco Fajardo é uma das vias mais importantes porque atravessa Caracas de leste a oeste. A base aérea de La Carlota fica bem no centro da extensão da rodovia e em dois bairros nobres da capital venezuelana: Altamira e La Mercedes.
Segundo a CNN, tiros foram ouvidos durante a confusão. A agência de notícias EFE informou que uma pessoa ficou ferida em frente à base, dizendo que as causas ainda são desconhecidas.
Em um vídeo divulgado pelo jornal espanhol "El País" também é possível ouvir tiros, mas ainda não está claro se são disparos de armas de fogo. Fotos divulgadas pelas agências de notícias internacionais mostram que há militares empunhando armas de fogo no local do confronto.
Os confrontos se estendem a outros locais de Caracas. Milhares de pessoas protestam contra o governo em Distribuidor Altamira, lugar tradicional das manifestações antichavistas, onde opositores foram assassinados em 2017.
Manifestantes favoráveis a Maduro se concentram em frente ao ao palácio de Miraflores, em Caracas. A manifestação de apoio foi convocada pelo líder chavista, Diosdado Cabello, que discursou o local.
Em alguns desses locais os comércios fecharam suas portas. As estações de metrô não foram abertas hoje.
Manifestações estão sendo realizadas em vários estados da Venezuela, como em Lara, Anzoategui, Miranda. Houve confusão nos arredores da Catedral de Barquisimento, no estado de Lara. Segundo Guaidó, os 24 estados da Venezuela registram manifestações.
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