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Guaidó convoca novos protestos para hoje em Caracas

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

01/05/2019 09h20Atualizada em 01/05/2019 15h30

O líder do Parlamento da Venezuela e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, fez na manhã de hoje um novo apelo para que as pessoas saiam às ruas para protestar neste feriado de 1º de maio.

A convocação acontece depois de Maduro ter comemorado vitória sobre o movimento deflagrado por Guaidó e agradecer às Forças Armadas por "derrotarem" a tentativa de golpe.

"Quero parabenizar as Forças Armadas pela atitude firme, leal, valorizada e de enorme sabedoria com a qual conduziram a solução e a derrota do pequeno grupo que pretendia encher o país de violência, com uma escaramuça golpista", exaltou.

Em postagem feita hoje no Twitter, Guaidó divulgou os pontos de concentração das manifestações marcadas para hoje. "Seguimos com mais força que nunca, Venezuela", disse.

Às 10h30 no horário de Brasília ainda não haviam sido registradas grandes manifestações nos locais indicados por Guiadó.

Ele havia dito ontem em vídeo divulgado também nas redes sociais que "hoje é a 'fase definitiva da Operação Liberdade'" e disse que os venezuelanos se manterão de forma sustentada nas ruas até conseguir pôr fim à "usurpação" do poder por parte do presidente Nicolás Maduro.

Ontem, Maduro disse, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, que houve uma tentativa de golpe de estado frustrada, encabeçada por Guaidó e Leopoldo López.

"Isso não pode ficar impune, já estamos interrogando os envolvidos nesse episódio, terão de responder acusações penais perante os tribunais de Justiça do país", afirmou Maduro.

Um dos principais líderes da oposição venezuelana, López deixou ontem a prisão por um indulto assinado por Guaidó, que é reconhecido presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo o Brasil e os EUA. Hoje a embaixada da Espanha em Caracas confirmou que ele e a sua família estão nas dependências da diplomacia espanhola. López possui ascendência espanhola.

Segundo ONG, ao menos uma pessoa morreu

Ontem a cidade de Caracas e várias cidades de diferentes estados do país foram tomadas por manifestações contra e a favor de Maduro.

Um venezuelano de 24 anos, identificado como Samuel Enrique Méndez, teria morrido durante os protestos ocorridos no estado de Aragua, segundo informou a ONG Provea, que não detalhou as causas da morte.

"Lamentamos o assassinato hoje do jovem Samuel Enrique Méndez, de 24 anos, no estado de Aragua, no contexto dos protestos. Testemunhas responsabilizam grupos paramilitares. Enviamos nossas condolências à família e amigos", disse o Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea) no Twitter.

Maduro disse que cinco militares ficaram feridos - dois deles estão em estado grave - após serem atingidos por disparos durante os protestos de ontem. Ele também informou que outros três policiais também ficaram feridos durante a revolta do grupo militar que apoiou Guaidó.

As primeiras manifestações realizadas em Caracas acabaram reprimidas pela Guarda Nacional Bolivariana, incluindo um momento, capturado em vídeo pela agência Reuters, em que um dos veículos da polícia vai de encontro a manifestantes que estavam arremessando pedras e pedaços de madeira.

Em outro vídeo, um veículo blindado avança sobre centenas de manifestantes que seriam apoiadores de Guaidó e que correm por uma avenida tentando evitar serem atingidas.

De acordo com a ONG venezuelana pelos direitos humanos Foro Penal, ao menos 119 pessoas, sendo 11 adolescentes, foram presas durante as manifestações de ontem. O estado com o maior número de prisões foi Zulia, com 69 pessoas, seguido por Carabobo, com 10 pessoas, Aragua, com 9, e Merida, com 8.

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