Guaidó admite que oposição superestimou apoio militar: precisamos de mais
Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, reconheceu hoje que a oposição cometeu erros e superestimou o apoio militar ao tentar tirar Nicolás Maduro do poder na Venezuela na última terça-feira (30).
Naquele dia, Guaidó, ao lado de Leopoldo López, outro líder da oposição, comandou um movimento e disse que havia conseguido o apoio de integrantes das Forças Armadas para fazer com que "se termine definitivamente a usurpação" do poder por parte do presidente Nicolás Maduro.
"Precisamos de mais soldados para apoiar o movimento, para voltarmos à Constituição", afirmou hoje o líder da oposição ao jornal Washington Post, dos Estados Unidos.
Até o momento, militares de alta patente têm se mantido ao lado do chavista. O regime de Maduro tratou o movimento como um golpe e falou que a ala militar dissidente é um "pequeno grupo de traidores militares".
López, que estava em prisão domiciliar desde 6 de agosto de 2017, cumprindo pena de quase 14 anos, acusado de incitar violência em 2014, precisou buscar refúgio na embaixada da Espanha.
Guaidó ainda se mostrou disposto a aceitar ajuda militar dos Estados Unidos, caso oferecida, para tirar Maduro do comando do país. Além dos Estados Unidos, mais de 50 países, entre eles o Brasil, reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Questionado como responderia se John Bolton, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, ligasse para ele com a oferta, Guaidó respondeu: "Querido amigo John Bolton, obrigado por toda a ajuda que tem oferecido para esta justa causa. Obrigado pela opção, nós vamos avaliá-la e provavelmente submetê-la ao Parlamento para resolver esta crise. Se necessário, talvez nós vamos aprová-la".
Dia de protestos
Guaidó convocou novas mobilizações nesta manhã numa nova tentativa de conquistar o apoio das Forças Armadas contra Maduro. Ele pediu uma "marcha pacífica rumo a bases militares para entregar um documento pedindo que passem a integrar a Operação Liberdade".
Do lado oposto, Maduro convocou as Forças Armadas para que ficassem a postos para defender o país de um eventual ataque dos Estados Unidos. Acompanhado pelo alto comando e milhares de soldados, ele pediu que eles "estejam prontos para defender o país com armas na mão, se o império americano ousar tocar essa terra".
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