Países pedem investigação transparente sobre queda de avião ucraniano
Vários países já se ofereceram para ajudar a esclarecer as causas da queda do Boeing da Ukraine International Airlines na madrugada de quarta-feira no Irã e pedem transparência no processo de investigação.
As causas ainda estão sendo apuradas, mas os Estados Unidos, a Austrália, o Canadá e Reino Unido indicam que um míssil foi a causa da tragédia, que provocou a morte de 176 pessoas.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem tratado o caso com cautela e vai discutir as circunstâncias da queda com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
O Irã desmente a teoria e convidou peritos norte-americanos para participar da investigação do desastre.
As caixas-pretas serão "abertas" hoje, informou a agência de notícias oficial Irna. Nenhuma informação adicional foi fornecida sobre quem vai examinar os dados, mas o chefe da Organização de Aviação Civil do Irã, Ali Abedzadeh, disse que prefere que o país lidere a operação de extração de dados.
Na França, o ministro dos Negócios Estrangeiros diz que está disponível para colaborar na investigação. "É importante que seja feita com a maior clareza possível e o mais rápido possível", disse Le Drian na rádio RTL.
Para discutir o conflito Irã-Estados Unidos, está marcada para hoje, em Bruxelas, um Conselho Extraordinário dos chefes da diplomacia europeia.
Estados Unidos diz que recebeu convite do Irã
A Administração para a Segurança dos Transportes dos Estados Unidos diz que já recebeu convite do Irã para participar da investigação sobre a queda do avião ucraniano. Também a construtora norte-americana Boeing foi convidada a participar da investigação, diz a agência de notícias estatal iraniana Irna.
Citado pela Reuters, o representante do Irã na Organização Internacional de Aviação Civil, informa que a agência norte-americana vai enviar representante.
Nas últimas horas, representantes dos EUA e do Canadá levantaram a suspeita de que o avião tenha sido atingido inadvertidamente por um míssil.
Reino Unido pede transparência
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, pediu uma investigação "completa e transparente" do acidente, citando informações que sugerem que o avião foi abatido.
"Nossos pensamentos estão com as famílias das vítimas, incluindo os quatro cidadãos britânicos que perderam a vida", acrescentou o secretário.
Austrália quer investigação "completa"
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse hoje que a queda "não sugere um ato intencional".
"A Austrália recebeu inteligência semelhante à que foi falada pelo primeiro-ministro do Canadá e pelos Estados Unidos", disse Morrison a repórteres em Canberra.
"É apenas um evento terrível, e forneceremos todo o apoio possível", acrescentou. Ele também pediu uma investigação "completa" e transparente sobre o caso.
Brasil pede rigor
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também se pronunciou sobre a queda do avião. O órgão prestou condolências às famílias das vítimas e pediu rigor nas investigações sobre as causas do acidente.
"O Brasil espera que as autoridades competentes da área de aviação civil conduzam investigações de maneira rigorosa, [...] em colaboração com autoridades ucranianas, para identificar as causas dessa tragédia", escreveu o Itamaraty em nota.
*Com informações da Agência Brasil e Reuters
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