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'Coincidimos visões de mundo', diz Itamaraty sobre apoio dos EUA na OCDE

Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente Jair Bolsonaro na Casa Branca - KEVIN LAMARQUE
Presidente dos EUA, Donald Trump, e presidente Jair Bolsonaro na Casa Branca Imagem: KEVIN LAMARQUE

Ana Carla Bermúdez

Do UOL, em São Paulo

15/01/2020 11h48Atualizada em 15/01/2020 16h57

O Itamaraty atribuiu à "coincidência de visões de mundo" entre os governos atuais de Brasil e Estados Unidos a informação de que Donald Trump apoiará a entrada brasileira na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o chamado clube dos países ricos.

A chancelaria brasileira também afirmou, em nota divulgada hoje, que espera que a iniciativa norte-americana "destrave o processo de expansão da organização".

A liga tem 36 países, e a Europa resiste à expansão — apoiada por Washington.

A nota também diz que o governo brasileiro recebeu "com satisfação" a notícia.

"A posição dos EUA reflete o amadurecimento de uma parceria que vem sendo construída desde o início do governo Bolsonaro, baseada em coincidência de visões de mundo", diz o comunicado.

"Trata-se de relação estratégica de longo prazo, que se desenvolve em torno de três eixos principais: valores/democracia, crescimento econômico, e segurança/defesa".

Segundo a pasta, o país americano entregou uma carta ao conselho da OCDE oficializando o pedido.

No texto, o Itamaraty diz ainda que espera que os membros da OCDE cheguem rapidamente a um entendimento que permita o início do processo de adesão do Brasil.

A ação americana mostra que, na prática, Washington defende que o Brasil ocupe a vaga que seria da Argentina na fila de candidatos a um lugar na OCDE.

Idas e vindas

Em março do ano passado, durante uma visita do presidente do Jair Bolsonaro (sem partido) aos Estados Unidos, o presidente americano, Donald Trump, prometeu apoiar a entrada do Brasil na OCDE.

Nos dias que antecederam o encontro com Trump, Bolsonaro havia assinado acordos avaliados como favoráveis aos EUA, como a isenção de visto para turistas norte-americanos visitarem o Brasil.

Em outubro, no entanto, veio a público uma carta em que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, rejeitou um pedido para discutir o aumento do clube dos países mais ricos. Ele acrescentou que Washington apenas apoiou as ofertas de membros da Argentina e da Romênia.

Após o vazamento da carta, Pompeo afirmou que ela não representava com "precisão" a posição do governo americano. Já o Itamaraty afirmou que "nada mudou" no apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE após a publicação do documento.