'Coincidimos visões de mundo', diz Itamaraty sobre apoio dos EUA na OCDE
O Itamaraty atribuiu à "coincidência de visões de mundo" entre os governos atuais de Brasil e Estados Unidos a informação de que Donald Trump apoiará a entrada brasileira na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o chamado clube dos países ricos.
A chancelaria brasileira também afirmou, em nota divulgada hoje, que espera que a iniciativa norte-americana "destrave o processo de expansão da organização".
A liga tem 36 países, e a Europa resiste à expansão — apoiada por Washington.
A nota também diz que o governo brasileiro recebeu "com satisfação" a notícia.
"A posição dos EUA reflete o amadurecimento de uma parceria que vem sendo construída desde o início do governo Bolsonaro, baseada em coincidência de visões de mundo", diz o comunicado.
"Trata-se de relação estratégica de longo prazo, que se desenvolve em torno de três eixos principais: valores/democracia, crescimento econômico, e segurança/defesa".
Segundo a pasta, o país americano entregou uma carta ao conselho da OCDE oficializando o pedido.
No texto, o Itamaraty diz ainda que espera que os membros da OCDE cheguem rapidamente a um entendimento que permita o início do processo de adesão do Brasil.
A ação americana mostra que, na prática, Washington defende que o Brasil ocupe a vaga que seria da Argentina na fila de candidatos a um lugar na OCDE.
Idas e vindas
Em março do ano passado, durante uma visita do presidente do Jair Bolsonaro (sem partido) aos Estados Unidos, o presidente americano, Donald Trump, prometeu apoiar a entrada do Brasil na OCDE.
Nos dias que antecederam o encontro com Trump, Bolsonaro havia assinado acordos avaliados como favoráveis aos EUA, como a isenção de visto para turistas norte-americanos visitarem o Brasil.
Em outubro, no entanto, veio a público uma carta em que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, rejeitou um pedido para discutir o aumento do clube dos países mais ricos. Ele acrescentou que Washington apenas apoiou as ofertas de membros da Argentina e da Romênia.
Após o vazamento da carta, Pompeo afirmou que ela não representava com "precisão" a posição do governo americano. Já o Itamaraty afirmou que "nada mudou" no apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE após a publicação do documento.
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