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Chanceler argentino negocia encontro entre Bolsonaro e Fernández no Uruguai

Alberto Fernández, presidente da Argentina - Gonzalo Fuentes/Reuters
Alberto Fernández, presidente da Argentina Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

12/02/2020 16h37Atualizada em 12/02/2020 18h14

O chanceler argentino, Felipe Solá, saiu hoje de uma reunião com Jair Bolsonaro (sem partido) otimista com uma aproximação entre o presidente brasileiro e um de seus desafetos, o chefe de estado do país vizinho, Alberto Fernández. O diplomata afirmou ter aproveitado para negociar um encontro entre os dois mandatários, que deve ocorrer em 1º de março, no Uruguai.

"Existe a possibilidade de que se encontrem [Bolsonaro e Fernández] em 1º de março, no Uruguai, pelo motivo da posse do presidente", disse Solá, em referência à solenidade de posse do novo presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou.

O chanceler chegou ao Brasil para uma reunião bilateral, a primeira entre ele e o ministro das Relações Exteriores de Bolsonaro, Ernesto Araújo, desde que Fernández derrotou nas urnas o ex-presidente Mauricio Macri na eleição de outubro do ano passado.

À época, Bolsonaro lamentou o resultado e disse que os argentinos "escolheram mal". A rusga com Fernández se dá porque ele é peronista, considerado um político de esquerda. Durante a campanha no país vizinho, manifestou-se em favor da liberdade do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ícone do PT e desafeto de Bolsonaro.

Além disso, Macri era um forte aliado de Bolsonaro no cenário político sul-americano.

Solá afirmou que o possível encontro entre os chefes de estado é um "passo intermediário" para calibrar o relacionamento.

O diplomata declarou ainda entender que os países vizinhos devem se unir para "renovar" o Mercosul e "abri-lo para o mundo".

Questionado sobre a situação da Venezuela, o argentino disse que o governo de seu país "não é favorável" ao ditador Nicolás Maduro. "Somos favoráveis à democracia. Primeiro a democracia", comentou. "Alguma coisa não dá resultado na Venezuela, portanto, temos que tratar de mudar. Nosso objetivo é que na Venezuela as eleições sejam absolutamente limpas."