Polícia britânica será investigada por possível atuação racista
As forças policiais de Inglaterra e País de Gales serão investigadas para detectar se sua atuação tem sido racista, pesando o uso da força e da revista de acordo com a etnia das pessoas. O IOPC (Escritório Independente de Conduta Policial) será o responsável pelas investigações. As informações são do The Guardian.
A medida surge em um momento em que a polícia britânica tem sido pressionada a justificar abordagens truculentas contra pessoas negras, registradas através de câmeras. O caso mais recente é dos atletas Ricardo dos Santos e Bianca Williams, que foram abordados e algemados por "atividade suspeita" em Londres.
Alguns dias após afirmar que os oficiais tinham agido 'de forma correta', a comissária Dame Cressida Dick, representando a força policial britânica, pediu desculpas pela 'angústia' causada. "Pedimos desculpas ontem à Sra. Williams e peço desculpas novamente pela angústia que essa parada claramente causou a ela. Todas as vezes que vemos o vídeo percebemos que há lições a serem aprendidas", completou em entrevista coletiva.
Pesquisas como da instituição "Home Office" indicam que, na Inglaterra e no País de Gales, pessoas negras têm nove vezes mais chance de serem revistadas pela polícia do que pessoas brancas. Já a probabilidade de sofrer ataque com armas taser é oito vezes maior.
Em 1999, o IOPC realizou uma investigação semelhante sobre a conduta da polícia britânica, chamada "Macpherson inquiry" e constatou que a força policial da região era institucionalmente racista. Anualmente, a Polícia Metropolitana de Londres recebe cerca de 250 denúncias de racismo, mas apenas 1% delas é confirmada.
Desde o assassinato de George Floyd, homem negro morto asfixiado pela polícia norte-americana, mais de 220 mil manifestantes foram às ruas do Reino Unido para protestar contra o racismo estrutural e policial.
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