Explosão no Líbano: crianças com câncer se feriram em hospital, diz NYT
Resumo da notícia
- Hospital St. George, um dos maiores de Beirute, foi destruído na explosão
- Com estrutura comprometida, pacientes tiveram de ser remanejados; muitos foram feridos
- Oncologista teve de fugir com seu grupo de pacientes de crianças com câncer
- Galpão destruído funcionava como um dos maiores depósitos de medicamentos e vacinas do país
O Hospital St. George, um dos maiores de Beirute, no Líbano, teve de remanejar seus pacientes após ser praticamente destruído na grande explosão na região portuária na tarde de hoje. Dezenas de pessoas se machucaram, entre elas crianças e pacientes com câncer, de acordo com o jornal The New York Times.
"Tudo simplesmente desmoronou, as janelas quebraram e o teto ficou destruído", informou o oncologista Peter Noun, chefe da área de pediatria do hospital, ao jornal norte-americano. O impacto foi tão grande que o hospital, a cerca de 1 km do local da explosão, teve de ser fechado e o médico precisou fugir com seus pacientes, um grupo de crianças que luta contra o câncer.
Um dos pais que visitava o filho internado ficou gravemente ferido com estilhaços dos vidros das janelas, contou Noun ao jornal. O homem teve de ser intubado e encaminhado a outra unidade de saúde.
Segundo o oncologista, os pais ficaram tão desesperados no momento da explosão que simplesmente pegaram seus filhos, arrancaram seus cateteres intravenosos e os colocaram nos carros para irem para casa ou até qualquer lugar seguro.
Em um áudio que circulou por aplicativos de mensagem entre profissionais de saúde da capital, um médico falava sobre a tragédia. "Não existe mais St. George. Ele desmoronou, está no chão", dizia a voz do médico Joseph Haddad, de autoria confirmada pelo NYT.
A jornalista Maria Abi-Habib, correspondente do jornal no Líbano, relatou o ocorrido em seu Twitter. "[Estou] Entrevistando médicos de emergência em alguns dos maiores hospitais de Beirute e eles estão chorando. O Hospital St. George está destruído", escreveu a repórter.
"Os pacientes desceram as escadas correndo para sair do hospital [após a explosão], porque os elevadores foram danificados. As crianças que estão sendo tratadas de câncer agora estão feridas devido a estilhaços de vidros que voaram [com o impacto] ", acrescentou.
Depósito de medicamentos também foi danificado
Médicos e profissionais de saúde do Líbano também ficaram preocupados com um galpão destruído próximo ao local da explosão, na zona portuária, que tinha um dos maiores depósitos de medicamentos e vacinas do país, informou o The New York Times.
Segundo fontes do jornal, centenas de milhares de doses usadas por unidades de saúde em todo o Líbano estavam estocadas no local.
A causa da explosão ainda não foi oficializada, mas, segundo o presidente do Líbano, Michel Aoun, o local do incêndio continha cerca de 2.750 quilos de nitrato de amônio, substância usada na produção de explosivos e fertilizantes. A substância havia sido confiscada e estava sendo armazenada sem o devido cuidado.
Até então, o governo já confirmou a morte de dezenas de pessoas e cerca de 4 mil feridos estão sendo encaminhados para hospitais da cidade. O balanço, contudo, ainda é provisório e os números sofrem atualização em tempo real. Segundo a Cruz Vermelha, 60 feridos estão em situação crítica.
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