Alan Dershowitz abre processo contra a CNN nos EUA por difamação, diz site
O advogado Alan Dershowitz abriu um processo por difamação contra a CNN hoje, pedindo US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 milhão). De acordo com a Variety, o professor alega que a emissora teria apresentado uma citação fora do contexto durante o julgamento de impeachment do presidente Donald Trump.
Dershowitz defendeu Trump da acusação de que ele abusou de seu poder por se apoiar na Ucrânia para abrir uma investigação sobre o filho de Joe Biden, seu atual rival nas eleições presidenciais.
O caso aconteceu em 29 de janeiro, quando o senador Ted Cruz, perguntou ao advogado se houve "troca de favores" em relação ao tema.
"A única coisa que tornaria uma troca de favores ilegal é se fosse de alguma forma ilegal", argumentou Dershowitz. "Se um presidente faz algo que acredita que o ajudará a ser eleito no interesse público, esse não pode ser o tipo de compensação que resulta em impeachment."
Adam Schiff, que estava liderando o caso de impeachment na Câmara, imediatamente atacou o comentário de Dershowitz, dizendo que sua posição daria ao presidente "carta branca".
As alegações de Dershowitz chamaram muita atenção na mídia americana e ele passou os dias seguintes buscando limpar o próprio nome.
De acordo com a publicação, o processo movido pelo advogado alega que a CNN deu forma a uma falsa narrativa em torno de seus comentários, reproduzindo apenas a última parte da citação, deixando de fora sua estipulação de que o presidente não pode infringir a lei. A ação acusa a empresa de tentar fazer Dershowitz parecer um "intelectual que perdeu a cabeça".
Ainda, de acordo com a revista, o processo reconhece que os apresentadores da CNN Wolf Blitzer e Jake Tapper interpretaram a frase inteira, mas que três outros comentaristas, Joe Lockhart, John Berman e Paul Begala, teriam deturpado a posição de Dershowitz, fazendo parecer que ele estava argumentando que o presidente poderia fazer qualquer coisa para ser reeleito.
O processo também cita um artigo de opinião de Begala, que chamou a posição de Dershowitz de "maluca".
De acordo com o documento, os comentários tiveram um "efeito cascata" na imprensa, argumentando que não incluir uma citação mais completa pode constituir difamação.
A CNN não quis comentar à publicação sobre o caso.
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