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Trump ataca China na ONU e vê EUA como mediador: 'não há sangue desse lado'

Presidente americano voltou a culpar a China pelo início da pandemia - Reprodução/YouTube
Presidente americano voltou a culpar a China pelo início da pandemia Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

22/09/2020 11h42

O presidente americano Donald Trump voltou a atacar a China hoje em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Em vídeo gravado e exibido no evento, Trump falou que a pandemia do novo coronavírus foi causada por um "vírus chinês" e ainda afirmou que a ONU é "praticamente controlada" pelo país oriental.

Por outro lado, o presidente americano falou em tom de campanha em ano de eleições presidenciais ao exaltar o caráter mediador dos Estados Unidos para reduzir conflitos ao redor do mundo.

"Nós tivemos uma abordagem, e a abordagem funcionou", afirmou Trump, citando várias mediações americanas que trouxeram paz a regiões antes em conflito.

"Queremos conseguir mais acordos de paz em breve. Não há sangue desse lado, com esperança esses dias acabaram. Estamos trabalhando para acabar com a guerra no Afeganistão e trazer nossas tropas de volta", acrescentou o presidente americano.

Trump citou acordos de paz entre a Sérvia e Kosovo, no leste europeu, e ainda entre países árabes como Israel, Emirados Árabes e Bahrein.

"Estamos com as pessoas de Cuba, Nicarágua e Venezuela na sua briga por direitos e liberdade", acrescentou o candidato do partido republicano à reeleição em novembro.

"Vírus chinês"

Os ataques à China começaram logo no início do discurso exibido na Assembleia Geral, já que a ONU realiza neste ano uma edição virtual do evento por causa da pandemia. Trump disse que o mundo está engajado no combate ao coronavírus, mas que a epidemia teve início por culpa da China.

"Estamos mais uma vez engajados em um grande problema mundial. Estamos enfrentando uma batalha furiosa contra um inimigo invisível, o vírus chinês, que levou incontáveis vidas em 188 países", disse Trump.

O presidente americano afirmou que a China não avisou corretamente o mundo sobre a transmissão comunitária no início da pandemia e ainda criticou o fato de o país oriental cancelar voos domésticos, enquanto manteve voos internacionais. Por isso, disse que a ONU "deve responsabilizar a China por suas ações".

Os ataques continuaram e Trump levantou a questão ambiental, afirmando que "todos os anos a China despeja milhões e milhões de toneladas de plástico nos oceanos de outras nações". No mesmo tema, exaltou a preocupação que o seu governo teria com o meio ambiente.

"Aqueles que atacam os Estados Unidos ignorando a poluição da China não estão interessados no meio ambiente, só querem punir a América e não vou permitir isso", disse Trump.

"Se a ONU ainda quer ser uma entidade efetiva, precisa focar nos problemas reais do mundo, incluindo terrorismo, a opressão das mulheres, trabalho forçado, tráfico de drogas, tráfico sexual, perseguição religiosa e proteção a minorias étnicas", completou o presidente americano.

Otimismo com o futuro

De olho em sua reeleição, Trump se mostrou otimista com o futuro, mesmo em meio à pandemia. O presidente americano disse acreditar em um 2021 próspero, já projetando sua presença na próxima Assembleia Geral da ONU.

"Estou confiante que quando nos encontrarmos pessoalmente (em 2021), vamos estar num dos melhores anos de nossa história, e espero na história do mundo", afirmou.

Trump reforçou que os Estados Unidos vêm apoiando e financiando o desenvolvimento de três vacinas contra a covid-19 e que acredita na superação da pandemia em breve.

"Nós vamos distribuir a vacina, vamos derrotar o vírus, acabar com a pandemia e entrar numa nova era sem precedentes de prosperidade, cooperação e paz", concluiu Trump.