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Irã e Rússia tentaram interferir nas eleições, diz Inteligência dos EUA

O democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, adversários nas eleições de 2020 nos EUA - Jim Watson e Brendan Smialowski/AFP
O democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, adversários nas eleições de 2020 nos EUA Imagem: Jim Watson e Brendan Smialowski/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/10/2020 22h01Atualizada em 21/10/2020 22h22

O diretor de Inteligência dos Estados Unidos, John Ratcliffe, disse hoje que o Irã e a Rússia tiveram acesso a e usaram informações de registros de eleitores no país para tentar interferir nas eleições presidenciais, marcadas para 3 de novembro. Disputam o comando da Casa Branca o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump, atual presidente.

"Esses dados podem ser usados por agentes estrangeiros para desinformar os eleitores cadastrados, na esperança de causar confusão, semear o caos e minar sua confiança na democracia norte-americana", disse Ratcliffe em coletiva. Os trechos foram reproduzidos pela CNN.

Segundo a Inteligência dos EUA, o Irã é responsável por uma campanha de intimidação de eleitores via email. As mensagens foram enviadas a cidadãos americanos e pareciam ter sido escritas por integrantes do Proud Boys, uma organização neofascista de extrema-direita. Nesses emails, também eram disseminadas informações falsas sobre supostas fraudes nas eleições.

"Já vimos o Irã enviar emails falsos, com o objetivo de intimidar eleitores, incitar manifestações e prejudicar o presidente [Donald] Trump", afirmou Ratcliffe. "Você pode ter visto alguns relatórios sobre isso nas últimas 24 horas, ou mesmo ter sido um dos destinatários desses emails".

O diretor de Inteligência não explicou como essas mensagens — que, como reportou a CNN, foram enviadas do endereço "info@proudboys.com" e diziam "você vai votar em Trump no dia da eleição, ou iremos atrás de você" — seriam prejudiciais ao presidente americano.

A Rússia não atuou da mesma forma que o Irã, acrescentou Ratcliffe, mas acessou informações de eleitores americanos, assim como fez em 2016, segundo acusa a Casa Branca. "Nós estamos preparados para possíveis ações daqueles que são hostis à democracia", disse o diretor.

Pouco antes da coletiva, dois senadores — o republicano Marco Rubio e o democrata Mark Warner — divulgaram uma nota conjunta sobre a tentativa de interferência por parte de Irã e Rússia. Eles pediram à população que tome cuidado na internet e disseram que as autoridades estão trabalhando pela segurança do pleito.

"Pedimos a todos os americanos, incluindo membros da mídia, que sejam cautelosos ao acreditar em ou divulgar informações bombásticas e não confirmadas", diz a manifestação. "Autoridades estaduais e locais estão em contato com policiais federais e profissionais de segurança cibernética, e todos estão trabalhando ininterruptamente para garantis que as eleições sejam seguras e livres de interferência exterior".