Bolsonaro classifica atentado em Nice como ato de 'cristofobia'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou o ataque a faca de ontem à basílica de Nice, na França, como um ato de "cristofobia" (aversão a Cristo e ao cristianismo em geral). O episódio de violência deixou três mortos, incluindo uma brasileira, e vários feridos.
Em sua live semanal no Facebook na noite de ontem, o presidente afirmou que um fato desse tipo "tem que ser combatido, não tem que ser com florzinha não".
"Ela estava lá rezando, entrou esse cara que detesta cristãos. A gente fala em cristofobia. Ele esfaqueou essa senhora lá dentro. A gente lamenta a morte das três pessoas", declarou Bolsonaro.
Cristofobia (ou "crentefobia") é um termo que se tornou comum entre os defensores da ideologia conservadora, sobretudo os que se dizem seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho. No ano passado, a Câmara dos Deputados realizou em plenário uma sessão solene em combate à cristofobia protagonizada por parlamentares bolsonaristas e olavistas.
Em setembro, durante seu discurso de abertura da 75ª edição da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Bolsonaro pediu à comunidade internacional que combata à cristofobia.
"A liberdade é o bem maior da humanidade. Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia", afirmou na ocasião.
Cristofobia
A ONG Portas Abertas tem monitorado perseguições contra cristãos ao redor do mundo e todo ano produz uma lista com os países mais afetados pela cristofobia.
Segundo dados da Portas Abertas, em 2018, eram 245 milhões de cristãos perseguidos no mundo, seja pela família, a comunidade, por religiões extremistas e governos. Em 2020, o número subiu para 260 milhões.
Os cinco países mais perigosos para adeptos da fé cristã em 2020 são Coreia do Norte, Afeganistão, Somália, Líbia e Paquistão. O Brasil nunca configurou a lista, que é feita há 25 anos.
Brasileira morava na França há 30 anos
A vítima brasileira do atentado foi identificada como Simone Barreto Silva, 44. Ela morava no país europeu há 30 anos, segundo informações do Consulado Geral do Brasil.
Simone ficou gravemente ferida no ataque à basílica de Notre-Dame, cometido por um migrante tunisiano de 21 anos, recém-chegado à França. Ela conseguiu fugir para um bar vizinho ao templo, mas morreu pouco depois, informaram à AFP fontes policiais.
"Digam a meus filhos que eu os amo", teria conseguido dizer pouco antes de morrer, segundo depoimentos de testemunhas divulgados pelo canal BFMTV.
As outras duas vítimas do atentado foram mortas dentro da basílica: uma mulher idosa, degolada pelo terrorista, que tentou decapitá-la, e o sacristão da basílica, um laico de 45 anos, casado e pai de duas filhas.
O criminoso gritou diversas vezes "Allahu Akbar" (Deus é grande). Ele foi ferido por pelo menos seis tiros durante a intervenção policial e está hospitalizado.
* Com informações da AFP e de reportagem de Paula Rodrigues, de Ecoa
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