Após atentado a basílica, ministro diz que França está em guerra contra ideologia islâmica
O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, disse hoje que "novos atentados na França são prováveis", no dia seguinte ao ataque que deixou três mortos na Basílica Notre-Dame em Nice, incluindo uma brasileira. De acordo com o ministro, o país está em guerra contra uma "ideologia islâmica".
O atentado deixou o país, que hoje inicia um rígido lockdown até o dia 1º de dezembro, em estado de choque. "Estamos em guerra contra um inimigo, interno e externo. Temos que entender que, infelizmente, haverá outros acontecimentos como esses atentados terríveis", declarou Darmanin à rádio RTL.
"Não estamos em guerra contra uma religião mas uma ideologia, a ideologia islâmica", disse o ministro.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se reúne hoje um conselho de Defesa para discutir a questão. O governo elevou ontem o nível de alerta de risco de atentados para máximo.
A Justiça francesa confirmou a detenção para interrogatório, ontem, de um homem de 47 anos, suspeito de ter estado em contato com o autor do ataque, um tunisiano de 21 anos que tinha acabado de chegar à França. Ele ficou gravemente ferido e atualmente está hospitalizado.
Segundo Jean-François Ricard, procurador da divisão antiterrorista, ele corre risco de morte. De acordo com Ricard, depois do ataque, o autor avançou em direção aos policiais gritando "Allah Akbar" (Deus é grande, em árabe), que o neutralizaram a tiros.
Perto dele, foram encontrados um exemplar do Corão, dois telefones e a arma do crime, um facão de 30 centímetros com uma lâmina de 17 centímetros. O ataque deixou três mortos: duas das três vítimas foram degoladas.
A brasileira Simone Barreto Silva, de 44 anos, foi ferida e conseguiu escapar, mas acabou morrendo em decorrência dos ferimentos, como divulgou, com exclusividade, a RFI Brasil.
Homenagens
Hoje, muitas pessoas colocaram flores e velas na frente da Basílica de Nice, em memória das vítimas. A igreja está fechada. Ontem, os jogadores do time OCG Nice também homenagearam as vítimas, observando alguns minutos de silêncio antes do início do jogo contra a equipe israelense de Hapoel Beer-Sheva.
Em visita à cidade ontem, Macron repetiu que a França "não cederá" e anunciou o reforço do plano de segurança Vigipirata, com 7.000 soldados patrulhando as ruas da França.
Os dirigentes dos 27 países da União Europeia também condenaram o ataque e expressaram solidariedade à França. Vários países muçulmanos, como a Turquia, a Árabia Saudita e o Irã enviaram suas condolências.
As declarações de Macron após o assassinato do professor de história e geografia Samuel Paty, decapitado em um atentado, suscitaram diversas reações no mundo muçulmano.
O presidente francês defendeu a liberdade de expressão e disse que as caricaturas do profeta Maomé, publicadas no semanário Charlie Hebdo, deveriam continuar a ser divulgadas, inclusive nas salas de aulas.
Na próxima segunda-feira (2), quando as escolas reabrirão no país, homenagens ao professor assassinado estão previstas em vários estabelecimentos - o que aumenta o temor de novos ataques no país.
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