Sem provas, Eduardo Bolsonaro questiona apuração das eleições nos EUA
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) questionou, sem provas, a contagem de votos na eleição norte-americana nos estados de Winsconsin e Michigan. O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou postagens do youtuber bolsonarista Bernardo Küster, em que ele afirma que, durante a madrugada, o candidato democrata Joe Biden recebeu sozinho cerca 138 mil votos de uma vez.
A teoria da suposta fraude é apoiada em gráficos, que segundo ele mostram que toda a quantia de votos computadas entre as 5h e as 6h da manhã foram apenas para Biden, em Michigan. No horário, o candidato republicano Donald Trump vencia na região. Bolsonaro e Küster sugeriram que o presidente norte-americano peça a judicialização da contagem no estado.
A campanha de Trump anunciou hoje que irá entrar com um pedido de recontagem de votos nos estados referidos. Segundo eles, "Há relatos de irregularidades em vários locais do Wisconsin, que alimentam dúvidas sobre a veracidade dos resultados. O presidente está dentro do limite para solicitar uma recontagem, e assim o fará imediatamente."
Biden venceu no Winsconsin após aparecer com 49,6% dos votos com 95% das urnas apuradas, segundo apontamento da AP, AFP, do The New York Times e da CNN norte-americana. No Michigan, a situação ainda está indefinida e muito apertada. São 49,5% para o democrata e 48,8% para Trump, com 94% de apuração. No momento, Biden está com 248 delegados e Trump com 214.
No sistema eleitoral americano, os 538 votos do Colégio Eleitoral — ou 538 "delegados" — determinam quem será o presidente. Esses 538 votos são distribuídos entre os estados, de forma proporcional, considerando a população de cada um deles. Ganha quem alcançar 270 delegados. O candidato que ganhar a eleição popular dentro do estado leva todos os votos dele no Colégio Eleitoral — com exceção do Maine e de Nebrasca, que dividem seus votos de acordo com os distritos regionais.
Contestação começou na madrugada
Os questionamentos quanto à contagem dos votos tiveram início já na madrugada de hoje. Trump chegou a fazer um pronunciamento na Casa Branca e se autodeclarar vencedor das eleições, embora ainda não houvesse confirmação. Ele também disse que recorreria à Suprema Corte para interromper a contagem de votos.
"Não queremos que encontrem votos às 4 horas da manhã para acrescentar à lista", afirmou, referindo-se aos votos enviados pelo correio. A campanha de Joe Biden reagiu, afirmando que as declarações do republicano são "ultrajantes e sem precedentes".
Pela manhã, Trump voltou a levantar suspeitas de fraude — sem apresentar provas — sobre a contagem dos votos. Em mensagem publicada em uma rede social, o presidente classificou como "muito estranha" a forma como Biden tem avançado e que sua vantagem sobre o democrata começou a desaparecer "magicamente".
"Na noite passada, eu vinha liderando, em muitos casos de forma sólida, em muitos estados-chave, quase todos governados e controlados pelos democratas. Então, um a um, [meus votos] começaram a desaparecer magicamente enquanto cédulas surpresa eram contadas. Muito estranho, e todas as pesquisas erraram completamente e historicamente", escreveu Trump.
Last night I was leading, often solidly, in many key States, in almost all instances Democrat run & controlled. Then, one by one, they started to magically disappear as surprise ballot dumps were counted. VERY STRANGE, and the "pollsters" got it completely & historically wrong!
-- Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 4, 2020
Pouco após a publicação, o Twitter colocou um alerta na publicação do republicando, dizendo que a mensagem contém dados "contestáveis" e que pode ter "informações incorretas".
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