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Campanha de Trump sugere que republicanos escolham vencedor na Pensilvânia

Sem apresentar provas, o presidente Donald Trump defende que o voto pelo correio "destruiu o sistema" eleitoral dos Estados Unidos - REUTERS/Leah Millis
Sem apresentar provas, o presidente Donald Trump defende que o voto pelo correio "destruiu o sistema" eleitoral dos Estados Unidos Imagem: REUTERS/Leah Millis

Do UOL, em São Paulo

19/11/2020 17h38

A campanha do presidente Donald Trump propôs que o Legislativo da Pensilvânia escolha o vencedor das eleições americanas no estado. Desta forma, o voto dos eleitores seria desconsiderado e a decisão ficaria nas mãos do legislativo local, controlado por republicanos. As informações foram divulgadas pela Bloomberg.

"Este tribunal deveria entrar com uma ordem [alegando] que os resultados das eleições presidenciais gerais de 2020 são defeituosos, permitindo que a Assembleia Geral da Pensilvânia escolha", escreveu a campanha de Trump na queixa de 86 páginas apresentada ontem.

Líderes republicanos da Pensilvânia já afirmaram que desconsiderar o voto dos eleitores não é uma opção.

Foi a vantagem na Pensilvânia que decretou Joe Biden como o 46º presidente dos Estados Unidos. Desde então, Trump vem insistindo na tese de fraude envolvendo cédulas enviadas pelo correio.

Sem apresentar provas, ele também afirmou que o método de voto "destruiu o sistema" eleitoral dos Estados Unidos.

Na proposta, a campanha de Trump diz que a anulação da votação é uma alternativa contra as "dezenas de milhares de cédulas preenchidas ilegalmente para Joe Biden". De acordo com a queixa, uma "análise estatística" mostra que cerca de 70.000 votos favoráveis a Biden foram contados indevidamente e seriam suficientes para "virar a eleição".

Ontem, entretanto, o presidente eleito Joe Biden superou a vantagem de 80.000 votos. Em 5 de novembro, ele já havia recebido mais votos do que qualquer outro presidente na história do país.

Para a secretária de Estado da Pensilvânia, Kathy Boockvar, a campanha de Trump "claramente" reconheceu que era incapaz de ganhar o estado pelo voto popular e estava pedindo ao tribunal que declarasse Trump o vencedor.

"Basta", disse Boockvar. "O tribunal não deve apoiar essa tentativa descarada de derrubar a vontade do eleitorado da Pensilvânia."

Trump paga por recontagem em Wisconsin

Anteontem, o presidente Trump pagou US$ 3 milhões (cerca de R$ 16 milhões) por uma recontagem parcial em Wisconsin, mas ainda não deu entrada a uma petição indicando quais condados ele tem como alvo.

As recontagens em Wisconsin e em todo o país resultaram historicamente em muito poucas mudanças na votação. Em 2016, uma recontagem presidencial rendeu a Trump 131 votos adicionais.

Trump e outros republicanos fizeram alegações de fraude e irregularidades nas eleições de Wisconsin, também sem evidências. O principal chefe eleitoral do estado e autoridades locais disseram que não houve relatos substanciais de problemas ou irregularidades.