Líder de programa nuclear iraniano é morto e Irã acusa Israel de ataque
A imprensa estatal do Irã anunciou hoje a morte de Mohsen Fakhrizadeh, considerado uma das principais lideranças na pesquisa científica do país e um dos nomes mais importantes do programa nuclear iraniano. Segundo as Forças Armadas do país, ele foi assassinado em um atentado na cidade de Absard, próxima à capital Teerã.
O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, comentou o assassinato e acusou Israel de provável envolvimento no ataque, embora não tenha apresentado nenhuma evidência.
"Essa covardia — com sérios indícios do papel israelense — mostra uma provocação desesperada para uma guerra pelos autores [do ataque]", escreveu o ministro iraniano no Twitter. "O Irã apela à comunidade internacional — e especialmente à UE [União Europeia] — para acabar com seus vergonhosos padrões dúbios e condenar este ato de terrorismo de Estado", completou.
Fakhrizadeh, que acredita-se ter 59 anos, morreu em decorrência de ferimentos em um hospital depois que assassinos armados atiraram em seu carro, informou a mídia iraniana.
"Infelizmente, a equipe médica não conseguiu reanimá-lo. Há alguns minutos, este cientista atingiu o elevado status de mártir após anos de esforço e luta", afirmou um comunicado das Forças Armadas.
Fakhrizadeh seria o encarregado dos chamados projetos 110 e 111, que controlariam a produção e a posse de armas nucleares de destruição em massa no Irã. O país, no entanto, é signatário de acordos contrários a tais armas, e alega que seu programa nuclear tem caráter apenas civil.
A agência de notícias Tasnim afirmou anteriormente que "terroristas explodiram outro carro" antes de atirar contra um veículo que transportava Fakhrizadeh e seus guarda-costas em uma emboscada fora da capital.
Acredita-se que Fakhrizadeh encabeçou o que o órgão de vigilância nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) e os serviços de inteligência dos Estados Unidos acreditam ser um programa coordenado de armas nucleares no Irã, suspenso em 2003.
Segundo o jornal americano The New York Times, o cientista era tido há muito tempo como o alvo número um do Mossad, o serviço secreto israelense.
Promessa de vingança
Hossein Dehghan, conselheiro militar do líder religioso do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança após o ataque.
"Vamos atacar como um trovão os assassinos deste mártir oprimido e faremos com que se arrependam de sua ação", publicou Dehghan no Twitter.
*Com informações da Reuters
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