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'Viking' do Capitólio se recusa a comer na prisão por falta de orgânicos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/01/2021 20h17

O extremista que usava chifres na invasão ao Congresso americano fez hoje sua primeira aparição na corte federal que investiga a ação orquestrada por grupos radicais. Mais de 90 pessoas já foram presas.

Jacob Chansley, conhecido como Jake Angeli, participou da sessão por videoconferência, já que está preso em isolamento por prevenção contra a covid-19.

Em entrevista à afiliada do canal ABC no Arizona, a mãe de Jake, Martha Chansley, disse que o filho está sem comer desde sexta-feira (8) porque a cadeia não oferece alimentos orgânicos. Ela ainda defendeu a ação do filho. "Ele é um patriota e a pessoa mais gentil que conheço", afirmou.

Chansley é natural do estado do Arizona e responderá na Justiça por entrar/permanecer intencionalmente em qualquer edifício ou terreno restrito sem autoridade legal e entrada violenta e conduta desordenada nos terrenos do Capitólio.

Vestindo sempre referências a povos tradicionais indígenas dos EUA ou a vikings, o ativista de 33 anos, membro da organização de extrema-direita QAnon, já foi fotografado militando em outros protestos a favor de Donald Trump.

Segundo a publicação, Jake Angeli ouviu atentamente as acusações contra ele mas não respondeu. Ele afirmou que ainda está providenciando um advogado.

"Não estou realmente preocupado porque honestamente não quebrei nenhuma regra. Eu entrei por portas abertas", disse ele em entrevista ao canal ABC, antes de ser preso.

O defensor público que representa Jake afirmou na corte que ele tem uma dieta extremamente restrita, talvez por motivos religiosos, e que não come desde que foi detido.

O juiz respondeu que isso é "profundamente preocupante" e ordenou ao defensor público de Jake que trabalhe diante do serviço de Delegados dos EUA para resolver a questão alimentar do detento.

A invasão

Motivados por Trump, apoiadores se reuniram na última quarta-feira (6), nas proximidades do Capitólio, para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. Depois de esgotar todas as opções para tentar reverter o resultado das eleições de novembro, Trump apelou para seus apoiadores, convencendo-os de que era possível impedir a oficialização de Biden e Kamala Harris.

A invasão aconteceu pouco depois de a sessão conjunta do Congresso ser interrompida por uma objeção, por parte de parlamentares republicanos, ao resultado do pleito no estado do Arizona, vencido por Biden.

Deputados e senadores tiveram que se esconder embaixo de suas cadeiras, e o vice-presidente Mike Pence foi retirado do prédio.

Além de policiais, atiradores de elite e outras forças de segurança foram acionados para conter os manifestantes. Ao menos cinco pessoas morreram, segundo a polícia de Washington.

O tumulto, porém, não impediu a continuidade da sessão, que foi retomada às 20h locais (22h de Brasília) e terminou por certificar Biden durante a madrugada.

Por ter incitado os manifestantes, Trump corre risco agora de ser removido do cargo por meio da 25º emenda, que trata da incapacidade do presidente. Além disso, caso a emenda não seja acionada pelo vice Mike Pence, Nancy Pelosi avisou que o Congresso agirá para retirar Trump.