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Jovem agredido em encontro marcado por app recebe R$ 546 mil em doações

Os cortes sofridos nos pulsos foram tão profundos que Holden perdeu o uso das mãos - Reprodução/CBS17
Os cortes sofridos nos pulsos foram tão profundos que Holden perdeu o uso das mãos Imagem: Reprodução/CBS17

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/01/2021 10h32

Holden White foi espancado por um homem que conheceu através do aplicativo Grindr, em junho do ano passado. A comunidade LGBTQ+ afirma que ele foi vítima de um crime de ódio, e a repercussão internacional do caso impulsionou uma campanha feita pela irmã de Holden que já arrecadou US$ 100 mil (cerca de R$ 546 mil) para auxiliar o adolescente, que perdeu o uso das mãos após o ataque.

O jovem de Lafayette, no estado de Louisiana nos EUA, disse à rádio CBS que não houve sinais de alerta durante as conversas com o suposto agressor, Chance Seneca, de 19 anos. "Tudo parecia bem. Nada parecia estranho, e decidimos, após um mês de conversa, que gostaríamos de nos encontrar", relatou Holden.

Os dois, então, foram para a casa de Chance, onde começaram a jogar videogame no quarto dele. Tudo estava indo bem, até que o anfitrião teria saído para pegar algo e voltou com uma corda que usou para estrangular Holden.

Sem conseguir reagir ao ataque, Holden teria sofrido facadas no pescoço, uma pancada na nuca e cortes profundos no pulso. Ele disse que após retomar a consciência, se viu em uma banheira coberta de sangue, com os pulsos abertos e o agressor o observando.

Não há detalhes sobre quem ligou para o resgate, mas a polícia foi até a casa de Chance e prendeu ele. Holden foi levado para um hospital, onde ficou em coma por três dias.

Os cortes sofridos no punho foram tão profundos que os médicos constataram que Holden perdeu a mobilidade das mãos. Com isso, o jovem debilitado precisaria não só de auxílio diário, mas também de sessões de terapia física e psicológica em um processo de recuperação longo e caro.

Faith Roussel, irmã da vítima, logo precisou recorrer à ajuda de doações para prover a Holden as melhores condições possíveis após o crime. Na página para doações online, ela descreveu o irmão "a pessoa mais amorosa e atenciosa da Terra" e "um jovem otimista e forte", bem como um "membro orgulhoso e defensor da comunidade LGBTQ".

A campanha da irmã foi um sucesso. A comoção ao redor do caso contribuiu para que a família atingisse nessa semana a meta de US$ 100 mil arrecadados para os cuidados de Holden.

Os amigos, familiares e outras pessoas da comunidade LGBTQ+ exigiram que as autoridades indiciassem o suspeito por crime de ódio. No entanto, por "falta de evidências" a polícia decidiu autuar Chance apenas por tentativa de homicídio.

O homem, que chegou até Holden pelo Grindr, um aplicativo de encontros para as comunidades gay, bi, trans e queer, se declarou inocente das acusações e permanece na cadeia, com fiança estabelecida em US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão), aguardando julgamento.