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Juiz determina que 'viking' do Capitólio siga com dieta orgânica na prisão

Jacob Chansley, conhecido como Jake Angeli, na invasão ao Capitólio - Getty Images
Jacob Chansley, conhecido como Jake Angeli, na invasão ao Capitólio Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

03/02/2021 19h41

Um juiz determinou hoje que o extremista que usava chifres na invasão ao Congresso dos Estados Unidos receba alimentos orgânicos durante o período em que ficará preso em Washington, D.C. Segundo o advogado de Jacob Chansley, mais conhecido como Jake Angeli, seu cliente está sem comer nada há nove dias por motivos religiosos.

Em janeiro, assim que foi preso em Phoenix, o extremista já tinha ficado dias sem comer na prisão. Na semana passada, Chansley foi transferido para uma prisão em D.C. e, segundo o advogado dele, o pedido para uma dieta rígida foi recusado.

Um procurador do Departamento de Correções argumentou que sua equipe não encontrou uma indicação clara de que apenas alimentos orgânicos façam parte do xamanismo, prática defendida por Jacob.

O procurador ainda explicou que fornecer estes alimentos seria um pesadelo logístico na prisão. Porém, o juiz Royce Lamberth concordou que o preso tenha o direito por causa de suas crenças religiosas.

Chansley é natural do estado do Arizona e responderá na Justiça por entrar/permanecer intencionalmente em qualquer edifício ou terreno restrito sem autoridade legal e entrada violenta e conduta desordenada nos terrenos do Capitólio.

Vestindo sempre referências a povos tradicionais indígenas dos EUA ou a vikings, o ativista de 33 anos, membro da organização de extrema-direita QAnon, já foi fotografado militando em outros protestos a favor de Donald Trump.

A invasão

Motivados por Trump, apoiadores se reuniram no dia 6 de janeiro, nas proximidades do Capitólio, para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. Depois de esgotar todas as opções para tentar reverter o resultado das eleições de novembro, Trump apelou para seus apoiadores, convencendo-os de que era possível impedir a oficialização de Biden e Kamala Harris.

A invasão aconteceu pouco depois de a sessão conjunta do Congresso ser interrompida por uma objeção, por parte de parlamentares republicanos, ao resultado do pleito no estado do Arizona, vencido por Biden.

Deputados e senadores tiveram que se esconder embaixo de suas cadeiras, e o vice-presidente Mike Pence foi retirado do prédio.

Além de policiais, atiradores de elite e outras forças de segurança foram acionados para conter os manifestantes. Ao menos cinco pessoas morreram, segundo a polícia de Washington.

O tumulto, porém, não impediu a continuidade da sessão, que foi retomada às 20h locais (22h de Brasília) e terminou por certificar Biden durante a madrugada.