'Fada do dente': dentista desvenda fósseis do Palácio de Westminster
Conhecida como "fada do dente", a dentista e pesquisadora da Universidade de Bradford, Julia Beaumont, analisou fósseis descobertos em 1992 sob o Palácio de Westminster, na Inglaterra. Com isso, ela descobriu quem foram os nove indivíduos cujos restos mortais foram enterrados embaixo do edifício há cerca de 800 anos.
Desde o ano em que foram descobertas, nas remediações da Capela de Santo Estêvão, que fica abaixo do Palácio, as ossadas ficaram guardadas dentro de uma prateleira no Museu de Londres. Os resultados da pesquisa estão no jornal científico Archaeometry.
Julia utilizou uma técnica autoral sua de estudo dentário — o "Método Beaumont" — e conseguiu descobrir detalhes sobre a dieta dos mortos. A técnica também permitiu os cientistas entenderem até quanto tempo cada pessoa foi amamentada quando criança.
E mais: a "fada do dente" descobriu que todos os mortos eram homens, introduzidos ao sacerdócio durante a infância. O início da vida religiosa, segundo a pesquisadora, teria trazido uma "melhora repentina" na dieta dos indivíduos, que passaram a comer peixes.
Ela conta em comunicado da Universidade de Bradford que "é fascinante" descobrir as histórias dos sacerdotes por meio dos dentes e ossos. "De certa forma, os dentes são como as árvores. Na medida em que crescem, vão formando camadas sucessivas, que são mineralizadas pelo corpo. Isso acontece durante o período de formação do dente e no início da idade adulta", explica Julia.
O "Método Beaumont" da arqueóloga forense consiste em extrair minúsculas seções de colágeno dos dentes e procurar por mudanças na proporção de isótopos de carbono e nitrogênio, que são usados na datação de fósseis. Assim, é possível analisar qual foi a dieta das vítimas em determinado período do desenvolvimento dentário.
Segundo a pesquisa, dois dos sacerdotes consumiam alimentos com baixo nível nutritivo na infância e tiveram ascensão por volta dos sete anos de idade.
"Isso pode estar relacionado à sua educação ou treinamento para uma carreira clerical e é consistente com um estudo de indivíduos em dois conventos no norte da Inglaterra que apresentam mudanças dietéticas semelhantes", analisa a pesquisadora.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.