Ministro britânico quer uso de "passaporte covid-19" para bares e eventos
Com a vacinação do coronavírus no Reino Unido avançando, os políticos já começaram a se organizar para um futuro no qual grande parte da população está imunizada. Uma das ideias mais debatidas é a implementação de um "passaporte covid-19", que seria a forma de confirmar que uma pessoa está protegida contra a doença, seja por vacina, anticorpos gerados após a infecção ou teste negativo.
Nadhim Zahawi é ministro do programa britânico de vacinação e um dos grandes defensores dessa proposta. Em entrevista ao site Sky News, o político disse que seria uma irresponsabilidade tremenda não exigir esse tipo de documentação, especialmente em bares, restaurantes e grandes eventos, como um jogo de futebol, por exemplo.
Como os tradicionais pubs britânicos reabrirão lentamente em abril e maio, Zahawi afirmou que a medida do "passaporte covid" não deve ser usada agora, mas no fim do ano. "Se nossos cidadãos precisarem viajar internacionalmente quando tudo retornar ao normal, vamos nos certificar de que possam mostrar esse certificado", afirmou. "Pode ser um teste antes do embarque ou uma prova da vacina", completou.
Apesar do forte posicionamento do ministro a favor do passaporte, a proposta tem dividido políticos e a população. O governo do Reino Unido lançou um documento explicando que há situações em que esse comprovante não seria pedido, como em transporte público e supermercados. Zahawi disse entender que o passaporte levantaria inúmeras questões éticas.
O secretário de oposição Jonathan Ashworth acusou os políticos a favor da medida de estarem presos nos anos 1960 e 1970. "O governo deve esclarecer isso, estão criando confusão", contou para o Sky News. "Acho discriminatório dizer para uma pessoa que ela não pode entrar em uma loja se não estiver com o status de vacinação em um aplicativo", falou.
Enquanto os partidos britânicos organizam seus posicionamentos e votos, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu calma. "Antes de tudo, precisamos saber exatamente qual será a proposta", afirmou em uma coletiva de imprensa. Ainda segundo Johnson, se houver necessidade, o assunto será levado para o parlamento.
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