Após explosão em usina, Irã diz que começou a enriquecer urânio a 60%
Dois dias após uma explosão na usina nuclear de Natanz, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse à agência estatal de notícias Irna que o país persa começou a enriquecer urânio a 60%,
Ontem, o Irã acusou o governo israelense de ser o responsável pela explosão na usina de refinamento de urânio no centro do país no último domingo (11). Israel, cuja existência os persas não reconhecem, não comentou formalmente o incidente na instalação.
O anúncio também ocorre pouco antes da retomada das conversas em Viena, na Áustria, com o objetivo de ressuscitar o acordo de nuclear de 2015, ao qual Israel se opôs duramente e do qual o ex-presidente norte-americano Donald Trump desligou os Estados Unidos três anos atrás.
As discussões de Viena reunirão o Irã e as grandes potências nucleares que permanecem no acordo (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia), com mediação da UE (União Europeia). Os Estados Unidos participarão, mas sem contato direto com os iranianos.
O acordo havia estabelecido um teto de pureza de 3,75% para o Irã enriquecer hexafluoreto de urânio, o combustível das centrífugas das usinas nucleares — muito abaixo dos 90% do nível usado em armas nucleares.
Nos últimos meses, o Irã já havia elevado o enriquecimento a uma pureza de 20%, nível no qual o urânio é considerado altamente enriquecido e um grande passo rumo ao enriquecimento a 90%. Os persas, porém, sempre negaram a intenção de produzir alguma arma nucelar.
* Com informações da AFP, em Teerã (Irã), e da Reuters, em Dubai (Emirados Árabes Unidos)
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