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Membro do Parlamento afegão se diz preocupada com seu futuro como mulher

Farzana Kochai afirmou não saber se terá permissão do Taleban para continuar na política no futuro - Reprodução/Reuters TV via Reuters
Farzana Kochai afirmou não saber se terá permissão do Taleban para continuar na política no futuro Imagem: Reprodução/Reuters TV via Reuters

Do UOL, em São Paulo

16/08/2021 15h13Atualizada em 16/08/2021 15h22

Membro do Parlamento do Afeganistão, Farzana Kochai disse não saber o que esperar do futuro — tanto da estrutura do novo governo quanto de sua liberdade como mulher no país. Ontem, o grupo fundamentalista Taleban tomou a capital Cabul, em sua maior movimentação em quase 20 anos.

"Não houve um anúncio claro sobre a forma de governo que será adotada no futuro. Teremos um Parlamento no novo governo ou não?", questionou ela em entrevista à emissora CNN.

Isso [ser mulher] é algo que me preocupa mais [do que ser membro do Parlamento]. Toda mulher está pensando sobre isso. (...) Estamos tentando ter alguma pista sobre se teremos permissão... Se mulheres poderão trabalhar ou não. Essa é uma questão que nos preocupa, que preocupa todas as mulheres da comunidade internacional.
Farzana Kochai, à CNN

Como política, Kochai ainda avaliou que os países ocidentais — e, mais especificamente, os Estados Unidos — deixaram o Afeganistão muito rapidamente, de forma "irresponsável".

"Essa transferência de poder poderia ter sido feita de uma maneira muito melhor. Talvez com um acordo político", afirmou.

Capital tomada

Capital do Afeganistão, Cabul foi tomada ontem pelo grupo fundamentalista Taleban. O ato foi a maior movimentação do grupo em quase 20 anos, e foi feito sem muita resistência, de acordo com relatos vindos do país.

Até sábado (14), os extremistas haviam conquistado províncias que ficavam localizadas ao redor da capital, como uma forma de montar um cerco estratégico para avançar até Cabul. O presidente Ashraf Ghani e seu vice, Amrullah Saleh, deixaram o país horas após a entrada do Taleban na capital.

Esta é a primeira vez desde outubro de 2001 que o grupo volta à capital. O risco de tomada de Cabul já era alertado por especialistas, que viam com apreensão a saída total das tropas americanas do Afeganistão depois de 20 anos de ocupação.