'Vamos caçá-los e fazê-los pagar', diz Biden após atentado em Cabul
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou aos seus comandantes que planejem ataques contra lideranças e instalações do Estado Islâmico após o braço regional do grupo detonar explosivos nos arredores do aeroporto de Cabul, no Afeganistão.
Em pronunciamento hoje na Casa Branca, Biden disse que os Estados Unidos "não esquecerão nem perdoarão" os terroristas. O ataque deixou, ao menos, 73 mortos, sendo 60 civis afegãos e 13 militares americanos. Mais de dez soldados dos Estados Unidos ficaram feridos.
Para aqueles que realizaram este ataque, assim como para qualquer um que deseje mal à América, saibam: Não perdoaremos. Nós não esqueceremos. Vamos caçá-lo e fazê-los pagar. Defenderei nossos interesses com todas as medidas que estiverem ao meu alcance."
Joe Biden em 1º pronunciamento após ataques que mataram militares americanos em Cabul
Biden ainda disse que as forças americanas responderão ao ataque com força. "Ordenei comandantes para que façam planos para atacar lideranças e instalações do Estado Islâmico-Khorasan. Vamos responder com força e precisão no nosso tempo, no lugar que escolhermos, da maneira que escolhermos. É isso que vocês precisam saber: esses terroristas não vão vencer".
No primeiro ataque do Estado Islâmico, um homem-bomba burlou os controles de segurança ao redor do aeroporto de Cabul e se aproximou de militares americanos antes de detonar o cinto de explosivos. O segundo atentado ocorreu em frente ao Baron Hotel.
Durante pronunciamento na Casa Branca, Biden também disse que, se necessário, dará mais assistência aos militares que estão no Afeganistão. "Se precisarem de força adicional, eu concederei".
Em relação a encontrar e rastrear os líderes do Estado Islâmico, que coordenaram esses ataques, nós temos razões para acreditar que sabemos onde eles estão. Não é certeza, mas teremos uma operação militar para pegá-los onde quer que estejam."
Presidente Joe Biden sobre resposta ao Estado Islâmico
Rival do Talibã, que assumiu o controle do Afeganistão em 15 de agosto, o Estado Islâmico critica o acordo assinado com os Estados Unidos para a retirada das tropas americanas —o grupo acusa os talibãs de abandonarem a causa jihadista.
Biden reafirmou que os Estados Unidos completarão a missão para a retirada de cidadãos americanos, tropas e aliados do governo do Afeganistão. "Não seremos intimidados. Vamos resgatar os americanos. Vamos tirar de lá nossos aliados afegãos".
O ataque nos arredores do aeroporto de Cabul foi reivindicado pelo Estado Islâmico-Khorasan, braço regional do grupo. O aeroporto, onde milhares de pessoas se aglomeram numa tentativa de deixar o Afeganistão, é a única rota de saída do país. Segundo a Casa Branca, mais de 100 mil pessoas já foram evacuadas da cidade, cerca de 7000 delas no dia de hoje.
A data final para a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão é 31 de agosto. Em declaração anteontem, Biden havia dito que, quanto mais tempo os Estados Unidos permanecem no Afeganistão, crescia o "risco agudo de ataque por um grupo terrorista conhecido como ISIS-K", ou Estado Islâmico-Khorasan. Menos de 48 horas após a declaração, duas explosões nos arredores do aeroporto de Cabul deixaram mais de 70 mortos e ao menos 140 de feridos.
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