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NY retoma tributo às vítimas do 11/09 no marco zero; entenda o simbolismo

Tribute in Light foi aceso hoje em NY; em 2020, homenagem foi cancelada devido à pandemia de covid-19 - Eduardo Muñoz/Reuters
Tribute in Light foi aceso hoje em NY; em 2020, homenagem foi cancelada devido à pandemia de covid-19 Imagem: Eduardo Muñoz/Reuters

Anaís Motta

Do UOL, em São Paulo

11/09/2021 23h06Atualizada em 11/09/2021 23h34

O 20º aniversário do 11 de setembro de 2001 também marcou a volta do Tribute in Light ("Tributo em Luzes", em tradução livre), uma homenagem feita anualmente desde 2003 aos 2.996 mortos pelos atentados. O tributo, instalado no local onde ficava o "marco zero" — o World Trade Center —, não foi aceso em 2020 por conta da pandemia de covid-19, mas hoje voltou a iluminar o céu de Nova York, nos Estados Unidos.

Com 88 holofotes dispostos em duas colunas, que representam as torres gêmeas, os feixes de luz do Tribute in Light chegam a quase 6,5 quilômetros de altura e podem ser vistos a um raio de pouco mais de 96 quilômetros, em noites de céu limpo. Tradicionalmente, as luzes são acesas ao anoitecer de 11 de setembro e permanecem acesas até o amanhecer do dia 12.

Cerca de 40 profissionais trabalham nas proximidades por mais de uma semana como parte da produção do tributo, segundo o jornal The New York Times. As lâmpadas são alimentadas por geradores temporários e estão instaladas no telhado de uma garagem na Greenwich Street.

O Tribute in Light começou como uma homenagem temporária, no início de 2002, mas se tornou um evento anual a partir de 2003, tendo sido interrompido apenas em 2020. Com o passar dos anos, ainda de acordo com o NYT, o tributo passou a ser visto como uma oportunidade para contemplação silenciosa, com pessoas reservando alguns minutos apenas para observar as luzes e homenagear as vítimas do 11 de setembro.

Tribute in Light - Eduardo Muñoz/Reuters - Eduardo Muñoz/Reuters
Imagem: Eduardo Muñoz/Reuters

Atmosfera tensa e apelos por união

Este 20º aniversário dos atentados de 11 de setembro tem um significado especial porque é marcado pela recente saída das tropas americanas do Afeganistão, logo após o retorno ao poder do grupo fundamentalista Talibã. É também o primeiro grande evento em meio ao início da volta à normalidade depois das restrições impostas pela pandemia.

Logo pela manhã, foi respeitado um minuto de silêncio no memorial do 11 de setembro em Manhattan, Nova York, onde ficava o World Trade Center. A homenagem começou às 8h46 (hora local, 9h46 em Brasília), mesmo horário em que a primeira torre foi atingida.

Em um país dividido politicamente após a presidência de Donald Trump (2018-2021), prevaleceram os apelos à união. No memorial de Nova York, parentes das vítimas leram e evocaram — muitas vezes em lágrimas — os nomes e lembranças das quase 3 mil vítimas dos ataques.

Pequenas homenagens também foram feitas nos postos de bombeiros de Nova York e no Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, na Pensilvânia, onde caiu o último dos quatro aviões comerciais sequestrados naquele 11 de setembro.

O presidente Joe Biden visitou os três locais atingidos pelos terroristas em 2001. O último foi justamente o Pentágono, onde participou de uma cerimônia em que foi reproduzida a marcha fúnebre do Exército americano. A vice-presidente Kamala Harris e seu marido, Doug Emhoff, acompanharam Biden enquanto ele depositava uma coroa de flores no memorial instalado no lugar.

Vamos mostrar nos próximos quatro, cinco, seis, dez anos que as democracias podem funcionar ou não?
Joe Biden, presidente dos EUA

(Com AFP)