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Trump é vaiado após dizer que tomou a dose de reforço de vacina anticovid

4.jan.2021 - O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante ato de apoiadores em Dalton, na Geórgia - Mandel Ngan/AFP
4.jan.2021 - O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante ato de apoiadores em Dalton, na Geórgia Imagem: Mandel Ngan/AFP

Colaboração para o UOL, em Brasília

20/12/2021 19h53

Apoiadores do ex-presidente dos EUA Donald Trump o vaiaram quando ele disse, ontem, que havia recebido uma dose de reforço de vacina contra a covid-19.

Em aparição em evento promovido pelo ex-apresentador da Fox News, Bill O'Reilly, Trump observou que a vacina anticovid-19 foi desenvolvida sob sua administração como parte da Operação Warp Speed. "Olha, nós fizemos algo que foi histórico, salvamos dezenas de milhões de vidas em todo o mundo quando nós, juntos, todos nós, fizemos uma vacina", disse Trump.

O ex-presidente norte-americano foi aplaudido pela multidão quando disse que se opunha aos mandatos da vacina, acrescentando: "Se você não quer tomá-la, não deveria ser forçado a tomá-la. Sem mandatos."

Mas a reação da multidão mudou quando Trump e O'Reilly revelaram que ambos estavam vacinados e tinham recebido doses de reforço. Depois que O'Reilly disse ao público que ele e Trump foram vacinados, ele perguntou a Trump se ele também havia recebido a dose de reforço, ao que Trump respondeu: "Sim".

Parte da multidão então começou a vaiar Trump. "Tudo bem. É um grupo muito pequeno lá em cima", disse o ex-presidente norte-americano, apontando para um lado da audiência.

"E sabe de uma coisa? Eu acredito totalmente nas liberdades individuais. Eu acredito mesmo! Você tem que fazer o que bem entender... Mas eu recomendo: tome as vacinas. Eu tomei. Tome as vacinas."
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos

Depois que um trecho da conversa de Trump com Bill começou a se espalhar no Twitter, o porta-voz das comunicações sobre covid-19 do Departamento de Saúde do governo Biden, Ian Sams, retuitou o vídeo: "Seja como o presidente Trump e tome a dose extra da vacina", escreveu ele.

Os comentários de Trump vieram alguns meses depois que ele disse a jornalistas que não receberia uma dose de reforço. "Estou em boa forma —provavelmente não tomarei", disse ele ao jornal Wall Street Journal, em setembro. "Não sou contra, mas provavelmente não tomarei", disse.

Trump tem enviado repetidamente mensagens ambíguas sobre a vacina anticovid-19 para sua base de apoiadores —grande parte da qual permanece relutante em receber a vacina. Pesquisa da Kaiser Family Foundation mostrou que, em outubro, 60% dos norte-americanos não vacinados eram apoiadores ou filiados ao Partido Republicano, o mesmo que elegeu Trump.

Embora a administração de Biden tenha pressionado os norte-americanos para tomarem uma das três vacinas anticovid-19 disponíveis, Trump disse que, embora as vacinas sejam seguras, os cidadãos não deveriam ser obrigados a tomá-las.

O ex-presidente encorajou os norte-americanos a se vacinarem em março, depois que ele deixou o posto na Casa Branca. O New York Times noticiou que tanto Trump quanto a então primeira-dama Melania Trump foram vacinados em janeiro, antes de ele deixar o cargo de presidente.

À época, a abordagem de Trump para a vacinação contrastava fortemente com a de outros funcionários do alto escalão da Casa Branca, incluindo o ex-vice-presidente Mike Pence, o presidente Joe Biden, o vice-presidente Kamala Harris e os ex-presidentes Barack Obama, Bill Clinton e George W. Bush —todos eles foram vacinados diante das câmeras a fim de inspirar a confiança do público na vacinação.

Os ex-presidentes também divulgaram uma campanha publicitária em março instando os americanos a se vacinarem. Trump foi o único que não participou do vídeo.