Pop it: Brinquedos da moda com cores do arco-íris são apreendidos no Qatar
Autoridades do Qatar apreenderam lotes de um brinquedo que virou moda entre as crianças nos últimos meses - inclusive brasileiras -, os pop its. Coloridos e muitas vezes feitos com as cores do arco-íris, eles foram tirados de circulação com o argumento de contrariarem os valores islâmicos, segundo o Ministério de Comércio e Indústria do país.
"O Ministério deflagrou uma operação de inspeção em comércios de diferentes regiões do país. A campanha resultou em apreensões e identificações de uma série de violações, incluindo o confisco de brinquedos que violam os valores, costumes e tradições islâmicas", informou o governo em comunicado publicado no Twitter.
Nas redes sociais, a atitude foi criticada, já que as cores do arco-íris são usadas em movimentos LGBTQIA+.
O produto, considerado antiestresse, é feito de borracha e possui bolinhas que podem ser afundadas com os dedos. Vendidos em diferentes formatos, de corações a borboletas, geralmente são coloridos como os mostrados nas imagens. As cores do arco-íris, padrão empregado na versão mais conhecida da bandeira LGBTQIA+, são bastante utilizados na pintura.
O Qatar é questionado por manter leis homofóbicas. No ano que vem, o país será sede da Copa do Mundo de futebol, o que tem gerado preocupação.
Em entrevista à CNN no final de novembro, o líder do comitê organizador da Copa, Nasser Al Khater, disse que o público LGBTQIA+ será bem recebido, mas que demonstrações públicas de afeto "devem ser evitadas".
Com o assunto no centro do debate público internacional, bandeiras com cores do arco-íris têm sido erguidas constantemente como protesto contra as leis discriminatórias do Qatar. Em episódio recente, ao correr o GP de Fórmula 1 no país, o piloto Lewis Hamilton exibiu em seu capacete uma versão da bandeira criada pelo designer Daniel Quasar, que adicionou elementos mais inclusivos ao símbolo.
O país árabe também é alvo de outras acusações de violação de direitos humanos. Uma reportagem publicada pelo jornal inglês The Guardian em fevereiro deste ano revelou que mais de 6 mil trabalhadores imigrantes morreram no Qatar desde 2010, ano em que houve a escolha da sede da Copa de 2022.
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