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Biden se diz 'convencido' de que Putin vai invadir a Ucrânia

O presidente dos EUA, Joe Biden, apresenta atualização sobre a situação na fronteira Rússia-Ucrânia - Jim WATSON / AFP
O presidente dos EUA, Joe Biden, apresenta atualização sobre a situação na fronteira Rússia-Ucrânia
Imagem: Jim WATSON / AFP

Do UOL, em São Paulo

18/02/2022 19h05

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar "convencido" que a Rússia irá invadir o território da Ucrânia nos próximos dias e que, caso isso de fato aconteça, a "porta da diplomacia estará fechada". A declaração foi feita pelo presidente americano durante pronunciamento na Casa Branca, nesta sexta-feira (18). (Assista ao vídeo abaixo)

A partir deste momento, estou convencido de que ele [o presidente russo Vladimir Putin] tomou a decisão (...) Se ele agir antes, terá fechado a porta da diplomacia. Presidente Joe Biden

"Não queremos o conflito, mas se a Rússia se mantiver nesse curso, nós estaremos prontos para defender o território ucraniano. Demos armas e munição. Também demos US$ 5 milhões para ajuda humanitária. Essa semana também anunciamos US$ 1 bilhão [de crédito]. Estamos unidos e, juntos, vamos impor sanções severas à Rússia, caso ela ataque a Ucrânia", acrescentou o presidente americano.

Os Estados Unidos têm feito reiterados alertas à comunidade internacional sobre uma suposta invasão russa à Ucrânia. Aos mais críticos, no entanto, os avisos constantes soam como alarmistas.

Após o pronunciamento, Biden foi novamente confrontado por repórteres se ele estava convencido da decisão de Putin sobre o ataque. "Sim", respondeu Biden.

Apesar dos alertas, Biden disse que nunca "é tarde demais para diminuir a escalada e retornar à mesa de negociações".

O resultado final é este: os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros apoiarão o povo ucraniano. Vamos responsabilizar a Rússia por suas ações. O Ocidente está unido e resolvido. Estamos prontos para impor sanções severas à Rússia se continuar invade. Mas repito, a Rússia ainda pode escolher a diplomacia. Joe Biden, em pronunciamento

Escalada de tensões no Leste Europeu

A Rússia tem mais de 190 mil soldados, tanques e mísseis concentrados ao longo da fronteira ucraniana, mas nega a intenção de invadir o país vizinho. No entanto, o regime de Vladimir Putin reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.

Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais —em especial os Estados Unidos— de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.