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Putin envia missões de paz e tropas a territórios rebeldes da Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

21/02/2022 18h48

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou hoje que soldados russos entrem na Ucrânia para a chamada "missão de manutenção de paz", pouco tempo depois de reconhecer dois territórios separatistas apoiados por Moscou, a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk. Os EUA esperam que os russos possam se deslocar entre hoje à noite ou amanhã para Donbass, segundo informações da rede de TV americana CNN.

O decreto assinado por Putin diz que as tropas devem permanecer no território ucraniano até que os dois estados separatistas assinem tratados sobre "amizade, cooperação e ajuda mútua". (Veja os documentos abaixo)

Pedido de reconhecimento

Os líderes dos dois territórios haviam pedido nesta manhã ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que reconheça a independência das duas áreas e ative uma "cooperação em matéria de defesa".

Na semana passada, a medida foi aprovada pela Duma (Câmara Baixa da Assembleia Federal da Rússia), mas um porta-voz do Kremlin afirmou que ela violaria os acordos de Minsk de 2014 e 2015, que visavam encerrar conflitos entre forças do governo ucraniano e rebeldes.

UE promete reação

A presidente da Comissão da União Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje que o bloco europeu e os seus parceiros vão reagir à decisão do presidente russo, Vladimir Putin.

O reconhecimento dos dois territórios separatistas da Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos Minsk. A UE e os seus parceiros reagirão com unidade, firmeza e determinação em solidariedade com a Ucrânia.

Ursula von der Leyen, em seu perfil, nas redes sociais

A Rússia tem mais de 190 mil soldados, tanques e mísseis concentrados ao longo da fronteira ucraniana, mas, até então, negava a intenção de invadir o país vizinho. O regime de Vladimir Putin, no entanto, reclamava de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.

Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais —em especial os Estados Unidos— de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.