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Europeus e Otan condenam decisão de Putin de reconhecer separatistas

Putin assina reconhecimento de duas áreas separatistas da Ucrânia - Reprodução/CNN Brasil
Putin assina reconhecimento de duas áreas separatistas da Ucrânia Imagem: Reprodução/CNN Brasil

Colaboração para o UOL, em Maceió

21/02/2022 18h35Atualizada em 21/02/2022 21h20

O Reino Unido, a Itália e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenaram a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em reconhecer como independentes a República Popular de Donetsk e a República Popular de Luhansk, regiões separatistas localizadas no leste da Ucrânia.

No Twitter, a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, disse que a investida russa representa um "flagrante desrespeito" dos acordos de Minsk, firmados em setembro de 2014 que, entre outros pontos, apresentou uma fórmula projetada para reintegrar à Ucrânia as regiões separatistas apoiadas pela Rússia, dando a Moscou alguma voz na política ucraniana.

Ainda, Liz Truss disse que o Reino Unido dará uma resposta coordenada com os demais países aliados.

"Este passo representa mais um ataque à soberania e à integridade territorial da Ucrânia [...] e demonstra a decisão da Rússia de escolher um caminho de confronto em vez do diálogo", completou.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que "a Rússia está violando seus compromissos e comprometendo a soberania da Ucrânia. Eu condeno esta decisão" e, por isso, solicitou "uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a imposição de sanções europeias".

Em comunicado, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, também condenou o reconhecimento dos separatistas pelo governo russo, reforçou que a decisão contraria os acordos de Minsk, "e constitui um sério obstáculo na busca de uma solução diplomática".

De acordo com o chanceler, a Itália continua a defender a integridade e a plena soberania da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.

"A Itália está em contato constante com parceiros europeus e atlânticos para coordenar a resposta ao anúncio do presidente da Federação Russa", completou o comunicado.

O presidente da Estônia, Alar Karis, afirmou no Twitter que o país "nunca aceitará a decisão ilegal da Rússia de reconhecer as regiões de Donetsk e Luhansk", visto que ambas as regiões são "internacionalmente reconhecidas como parte da Ucrânia", bem como a Crimeia, embora Moscou "não leve a diplomacia a sério".

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, foi mais um que criticou Vladimir Putin e acusou Moscou de "continuar alimentando o conflito no leste ucraniano, fornecendo apoio financeiro e militar aos separatistas", além de "encenar um pretexto para invadir a Ucrânia mais uma vez".

"Isso mina a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, corrói os esforços para a resolução do conflito e viola os Acordos de Minsk, dos quais a Rússia é parte", concluiu Stoltenberg.

Tão logo Vladimir Putin oficializou o reconhecimento por parte da Rússia de Donetsk e Luhansk, o presidente da Ucrânia Volodomyr Zelensky disse que conversou por telefone com o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre os eventos, e sinalizou que deverá entrar em contato com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Além de contatar o presidente ucraniano, a resposta dos EUA também se deu por meio de sanções às regiões separatistas reconhecidas por Putin. A União Europeia também disse que vai reagir à altura após a atitude do governo russo.

Em meio a possibilidade de um conflito cada vez mais próximo, a Ucrânia informou que dez companhias aéreas suspenderam suas operações pelo país devido aos avisos dos EUA de um grande ataque das forças russas na fronteira.