EUA impõem sanções às regiões separatistas reconhecidas por Putin
Os Estados Unidos decidiram impor uma série de sanções às regiões separatistas no leste da Ucrânia, reconhecidas hoje pelo presidente russo, Vladimir Putin. A resposta será imediata, diz o comunicado da Casa Branca.
Segundo a informação, uma Ordem Executiva, que será assinada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, definirá que serão proibidos "novos investimentos, comércio e financiamento" por cidadãos dos EUA para ou nas regiões das chamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
O documento também fornecerá "autoridade para impor sanções a qualquer pessoa determinada a operar nessas áreas da Ucrânia". Além disso, o comunicado do governo de Biden diz que serão anunciadas "em breve" outras medidas "relacionadas à flagrante violação de hoje dos compromissos internacionais da Rússia".
"Para ser claro: essas medidas são separadas e seriam adicionais às medidas econômicas rápidas e severas que estamos preparando em coordenação com os Aliados e parceiros caso a Rússia invada ainda mais a Ucrânia", diz a nota emitida pela secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
Em conversa com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler Olaf Scholz da Alemanha, o presidente Joe Biden debateu o que chamou de "escalada contínua da Rússia ao longo das fronteiras da Ucrânia".
"Os líderes condenaram veementemente a decisão do presidente Putin de reconhecer as chamadas regiões DNR e LNR da Ucrânia como 'independentes'. Eles discutiram como continuarão a coordenar sua resposta nas próximas etapas", diz a nota da Casa Branca.
Putin reconhece independência de separatistas
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia. A decisão, porém, não prevê anexá-las e adicioná-las formalmente a seu próprio território.
Após um longo pronunciamento, Putin assinou decretos reconhecendo a República Popular de Donetsk e a República Popular de Lugansk, e determinando "acordos de amizade e ajuda mútua". A cerimônia foi transmitida pela televisão estatal.
O presidente russo também pediu à Ucrânia que cesse imediatamente as "operações militares" contra os separatistas pró-Rússia. Caso contrário, o país será responsabilizado "por mais derramamento de sangue".
"Quanto àqueles que tomaram o poder em Kiev e o mantém, exigimos que cessem imediatamente as operações militares, caso contrário, toda a responsabilidade por mais derramamento de sangue recairá sobre a consciência do regime em território ucraniano", disse ele ao final do discurso.
A decisão agrava a crise entre Rússia e Ucrânia. Também põe fim ao instável processo de paz mediado pela França e a Alemanha, que previa a devolução dos territórios ao controle de Kiev em troca de ampla autonomia.
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