Protestos contra Putin têm vodka derramada e adesão a bebidas ucranianas

Três dias após o início da invasão russa à Ucrânia, estabelecimentos ao redor dos Estados Unidos têm se unido em boicotes simbólicos ao país comandado por Vladimir Putin. A vodka, uma das bebidas mais tradicionais na nação, se tornou uma das maiores vilãs nas redes sociais.

Um dos protestos inusitados ocorreu no bar Evil Pie, em Las Vegas. O local está vendendo garrafas de vodka por US$ 300 (equivalente a R$1,5 mil) exclusivamente para que a bebida dentro delas seja jogada fora.

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Segundo eles, todo o dinheiro da compra será revertido para instituições de apoio aos russos. No lugar das vodkas russas, o local passou a servir shots de vodka ucraniana com o lucro 100% revertido em doações para a Cruz Vermelha Internacional.

"Nós amamos as pessoas russas e sabemos que muitos cidadãos do país são contra esses atos sem sentido. Não há espaço para pessoas como Putin na sociedade moderna", afirmou o bar em publicação.

O restaurante Pine Tavern, localizado em Oregon, também aderiu à "abolição" das bebidas russas.

"A Rússia está agindo como se estivesse em 1939. Estou preocupado que o que eles estão fazendo na Ucrânia se torne uma 'metástase' para outros países", afirmou o dono do local, Bill McCormick, em entrevista a um canal local, antes de despejar duas garrafas de vodka na rua.

O bar do resort Magic Mountain Ski, em Vermount, também publicou um vídeo de uma vodka sendo jogada fora no bar. "Desculpem, amantes da vodka Stolichnaya", diz trecho da publicação, ao lado de uma bandeira da Ucrânia e outra dos Estados Unidos.

A vodka é uma das bebidas importadas mais populares do país norte-americano. Mais de 10 milhões de litros foram levados da Rússia para os EUA em 2020.

Presos na Rússia

Mais de 3 mil pessoas foram presas na Rússia desde o começo da ofensiva na Ucrânia, incluindo 467 neste sábado, por se manifestarem contra a guerra, informou a ONG de defesa dos direitos humanos OVD-Info.

As manifestações se multiplicaram pelo país, apesar de serem proibidas. Autoridades russas ameaçaram na última quinta-feira reprimir qualquer protesto "não autorizado" relacionado à "situação tensa da política externa".

Naquele dia, pelo menos 1.391 pessoas foram presas, em 51 cidades. A Rússia tem uma legislação rígida para controlar as manifestações, que costumam resultar em prisões em massa.