'Não chamaria de guerra': na ONU, embaixador da Rússia minimiza ataques
O embaixador da Rússia, Vasily Nebenzya, disse nesta segunda-feira (28), em entrevista coletiva na ONU (Organização das Nações Unidas), que "não chamaria de guerra" e, sim, de "operação militar especial" os ataques do país na Ucrânia. Desta forma, ele repete a mesma frase dita pelo presidente russo, Vladimir Putin, quando deu início aos conflitos.
"É uma operação militar especial, não chamaria de guerra, porque guerra é um conflito em larguíssima escala, são hostilidades militares. E, como já dissemos, só atacamos alvos e objetos militares, não estamos atacando nenhuma infraestrutura civil", disse o embaixador.
A resposta foi dada quando ele foi questionado por uma jornalista, que apontou que o embaixador russo se referiu aos ataques como guerra (leia mais abaixo).
O Ministério da Saúde da Ucrânia, no entanto, informou, nesta segunda, que mais de 2 mil civis ficaram feridos em ataques da Rússia ao país —sendo 45 crianças. Ainda de acordo com os números oficiais do governo, 352 pessoas morreram, sendo 16 crianças.
Nebenzya também falou, assim como Putin, que o poder real da Ucrânia estava sob as mãos de grupos neonazistas. Questionado por um jornalista se fazia sentido a declaração, já que o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, vem de família judaica, o embaixador russo disse que "isso não importa".
"São eles [grupos radicais e neonazista] quem, de fato, ditam as regras na Ucrânia. Zelensky venceu com mais de 74% dos votos, prometendo acabar com essa guerra, essa situação, era o primeiro item, mas lentamente se retirou e foi manipulado pelos radicais", disse.
Para o embaixador, isso demonstra como o presidente ucraniano é "fraco" e não tem "força política". Segundo Nebenzya, a paz só chegará na Ucrânia após a desmilitarização e a desnazificação.
"Se não for hoje, talvez amanhã, daqui 15 anos, a Ucrânia pode e se tornará um membro da Otan e, com isso, poderá ameaçar a fronteira russa", avaliou o embaixador russo.
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