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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Ajuda europeia à Ucrânia e a refugiados deve chegar a 1 bilhão de euros

26.nov.2021 - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen - Johanna Geron/Pool/AFP
26.nov.2021 - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen Imagem: Johanna Geron/Pool/AFP

Do UOL, em Brasília

01/03/2022 10h48Atualizada em 01/03/2022 11h12

A ajuda de países da União Europeia à Ucrânia e a refugiados do país em decorrência da invasão da Rússia deve chegar a 1 bilhão de euros, afirmou hoje a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

"Nossa União está usando o orçamento para comprar e empregar equipamento militar a um país sob ataque. 500 milhões de euros para apoiar a defesa da Ucrânia. Também vamos acrescentar a isso 500 milhões de euros para lidar com as consequências humanitárias dessa tragédia no país e para os refugiados", declarou, em discurso aplaudido de pé no Parlamento Europeu.

Ela disse que a União Europeia não pode achar que a segurança das pessoas está garantida e reconheceu que a crise está mudando a região. Ao mesmo tempo, disse que a Rússia está "em uma encruzilhada", porque as ações do governo de Vladimir Putin estão prejudicando os interesses do país e da população, considerou.

Ursula von der Leyen ainda afirmou que este é um "momento de verdade para a Europa" e para valores como liberdade, democracia e segurança. Para ela, a forma como um "mundo de agressão frontal" pela Rússia será respondida vai determinar o futuro do sistema e das leis internacionais.

A presidente da Comissão Europeia disse que os países europeus e a Ucrânia estão mais perto do que nunca, e elogiou o acolhimento de refugiados pela Polônia, Eslováquia, Hungria e Romênia. Disse que a Europa estará com essas pessoas "não apenas nos primeiros dias, mas nos meses que virão pela frente".

Ela afirmou haver uma proposta para ativar um mecanismo temporário que lhes garantam acesso a trabalho e escola.

Em seu discurso, a presidente da Comissão Europeia, ressaltou protestos em cidades europeias contra a guerra e inclusive, criticou a prisão de pessoas que protestaram contra as ações de Putin na Rússia. Ela disse que o desejo por paz e liberdade "não pode ser silenciado. Segundo von der Leyen, esses manifestantes serão apoiados, mas não entrou em detalhes de como isso poderia ser feito.

  • Veja as últimas informações sobre a guerra na Ucrânia no UOL News com Fabíola Cidral:

Efeitos de sanções

Na avaliação de von der Leyen, as sanções econômicas contra a Rússia são pesadas e devem ajudar a barrar o financiamento de Putin para a guerra, ao destacar ainda o apoio a sanções por países de fora da União Europeia. Ela ainda disse que a intenção é não permitir que a Rússia consiga modernizar frotas aéreas, refinarias e demais infraestruturas importantes para a economia russa.

Ressaltou que o espaço aéreo da União Europeia está se fechando para os russos, inclusive jatos privados de oligarcas do país. Ainda em relação a estes, afirmou "não terem dúvidas de que vamos congelar seus bens também".

Von der Leyen admitiu que as sanções implicarão em sanções às demais economias e que, após dois anos de pandemia da covid-19, a expectativa era poder focar na recuperação sócio-econômica dos países. No entanto, declarou ser este o custo que estão dispostos a pagar, "porque a liberdade não tem preço".

Menos dependência de energia russa

A necessidade de países da União Europeia se tornarem mais independentes do gás e demais combustíveis russos também foi um tópico central no discurso. Von der Leyen disse que "nossos investimentos hoje vão nos tornar mais independentes no futuro" e não ser possível "depender de energia de um país que nos ameaça".

Por isso, reforçou a aceleração da busca por energias renováveis.

O mesmo foi declarado pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que discursou momentos antes.

"A Europa não pode mais depender do gás da Rússia. Precisamos redobrar nossos esforços neste sentido, diversificar nossos sistemas de energia para que não estejamos nas mãos de autocratas e para que nossa segurança energética seja maior", afirmou.

"A Europa não pode mais receber dinheiro do Kremlin e fingir que não há ligação com esse regime. Não podemos admitir que oligarcas se sentem diante de uma falsa respeitabilidade. Seu dinheiro não pode mais ter um porto-seguro aqui na Europa. E não podemos mais emitir passaportes para os amigos de Putin, permitindo que eles ameacem nossa segurança", acrescentou, ao ser amplamente aplaudida.

Roberta Metsola ainda disse que pedirá que qualquer representante do Kremlin seja proibido de entrar no Parlamento Europeu, "porque agressores não têm lugar nesta Casa, que é uma Casa democrática".

Zelensky pede 'prova' da UE que Ucrânia não está sozinha

Em discurso transmitido no Parlamento Europeu mais cedo, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, reforçou pedido para que a Ucrânia seja admitida na União Europeia e pediu a entrada como uma espécie de "prova" que demonstre que o país não está "sozinho" na luta contra os russos.

"Estamos lutando também para sermos membros da Europa. Acredito que hoje, mostrando a todos o que somos, a União Europeia vai ser mais forte conosco. Sem vocês, a Ucrânia será solitária", declarou.

"Já provamos a nossa força. Já provamos que, no mínimo, somos exatamente iguais a vocês. Provem que estão conosco. Provem que não vão nos deixar sozinhos, que vocês são europeus e que nós somos europeus. Assim a vida vai superar a morte. A luz vai superar a escuridão", completou.