Biden diz que Finlândia e Suécia 'são valiosos parceiros de defesa da Otan'
Após uma ameaça da Rússia à Finlândia e Suécia, em caso de adesão desses países à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que ambos são "valiosos parceiros de defesa" dos EUA e da aliança militar. A declaração aconteceu após o democrata se reunir com o chefe de Estado da Finlândia, Sauli Niinistö, na Casa Branca.
"Durante nossa reunião, chamamos a PM [primeira-ministra] Magdalena Andersson, da Suécia, para discutir o aprimoramento de nossa cooperação. Ambos os países são valiosos parceiros de defesa dos Estados Unidos e da OTAN", escreveu, em uma publicação no Twitter.
As ameaças do presidente russo Vladimir Putin vieram após representantes da Finlândia e da Suécia se reunirem com membros da Otan. Na ocasião, ele afirmou que a adesão à organização poderia provocar "graves retaliações militares e políticas".
Especialistas ouvidos pelo UOL afirmam que a entrada dos dois países europeus no grupo traria ameaças à segurança da Rússia.
O professor de direito internacional Lucas Carlos Lima, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), explica que apesar da Finlândia e da Suécia já serem membros da União Europeia, a entrada dos países na Otan geraria consequências para o governo russo.
"O principal impacto para a Rússia é político: duas áreas que poderiam ser consideradas, no passado, "áreas de influência", passam para a aliança Ocidental", explica Lima.
Em termos práticos, caso os países se tornem membros da aliança militar, se a Rússia fizer "qualquer ação militar contra esses países, as forças militares da Otan podem ser acionadas", explica Denilde Oliveira Holzhacker, doutora em ciência política e professora de Relações Internacionais, da ESPM.
"Já para a Finlândia e a Suécia, com o aumento das agressões de Putin, a entrada na Otan garantiria o apoio no caso de uma investida da Rússia contra seus territórios", afirma a professora.
Após vir a público a reunião da Otan com os dois países, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova se manifestou.
"Todos os estados membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa [OSCE] em sua capacidade nacional, incluindo Finlândia e Suécia, reafirmaram o princípio de que a segurança de um país não pode ser construída à custa da segurança de outros".
A Osce é uma organização de 57 países da América do Norte, Europa e Ásia. Sediada na Finlândia, se apresenta como fórum de diálogo político que busca estabilidade, paz e democracia.
Putin provoca aproximação histórica da Finlândia e Suécia da Otan
Exportações históricas de armas, um forte sentimento pró-Otan na opinião pública, firmeza diante das advertências de Moscou: a invasão russa da Ucrânia abalou em poucos dias o tradicional não-alinhamento de Suécia e Finlândia.
Estocolmo e Helsinque descartaram no momento a hipótese de um pedido urgente de adesão à Aliança Atlântica, mas nunca antes os dois países estiveram tão próximos de dar este passo, afirmam analistas.
Tudo é possível no momento e o sinal dos países da Otan é que a adesão poderia ser examinada rapidamente. Portanto, penso que seria apenas uma decisão política de Estocolmo e Helsinque", resume Zebulon Carlander, analista da organização 'Société et Défense' (Sociedade e Defesa).
Os dois países são oficialmente não alinhados, mas sócios da Otan desde meados da década de 1990, depois que viraram a página da neutralidade com o fim da Guerra Fria.
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