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Zelensky critica Otan por não implementar zona de exclusão aérea na Ucrânia

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky - AFP/Presidência da Ucrânia
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
Imagem: AFP/Presidência da Ucrânia

Do UOL, em São Paulo

04/03/2022 19h57

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou a decisão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de descartar a implementação de uma zona de exclusão aérea sobre o seu país. A ação, segundo ele, impediria uma ofensiva da Rússia.

"A Otan decidiu deliberadamente não cobrir os céus da Ucrânia... Acreditamos que os países da Otan criaram uma narrativa de que fechar os céus sobre a Ucrânia provocaria a agressão direta da Rússia contra a Otan. Essa é a auto-hipnose de quem é fraco, inseguro por dentro, apesar de possuir armas muitas vezes mais fortes do que nós. temos", disse ele.

A Otan, no entanto, afirma que não está em guerra contra a Rússia e que a Ucrânia não é parte da organização. Além disso, diz ser o pacto de defesa, não de ataque, ao contrário do que defende o líder ucraniano.

Em um cenário de conflito militar como o da Ucrânia, invadida pela Rússia há pouco mais de uma semana, uma "zona de exclusão aérea" seria o bloqueio para que qualquer aeronave adentre o perímetro, de modo a impedir incursões inimigas pelos ares e consequentes ataques.

Assim, aeronaves russas, por exemplo, poderiam ser abatidas por sistemas de defesa de países da Otan caso entrassem na área restrita — mas o bloco, entendendo que isso agravaria e aumentaria a dimensão do conflito, descarta a medida, por ora.

Além disso, a Ucrânia não faz parte da Otan, embora seja um desejo mútuo — e é justamente a aproximação entre as duas partes o que motivou a ofensiva russa.

Otan é contra proteção aérea

Mais cedo, também em coletiva de imprensa, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que o grupo não vai se envolver diretamente no conflito, não criará uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia nem enviará suas tropas para lá.

"Nossa tarefa é manter nossas nações seguras, não somos parte desse conflito, temos que garantir que ele não se espalhe para além da Ucrânia porque isso seria ainda mais devastador e perigoso, e traria mais sofrimento humano", defendeu.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também se posicionou, ontem, contra o pedido da Ucrânia para que haja uma "zona de exclusão aérea" militarizada nos céus contra a ofensiva da Rússia. Ele ressaltou que o país não é membro da Otan.

"A UE não está em guerra com a Rússia. A realidade é que a Rússia lançou uma guerra selvagem contra a Ucrânia. A Ucrânia não é membro da Otan, e é por isso que devemos ser extremamente cuidadosos e cautelosos. Precisamos fazer tudo o que for possível, mas levando em conta que a Rússia tem armas nucleares e é muito importante evitar uma terceira guerra internacional", disse, em entrevista à CNN.