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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia atacou hospitais e matou profissionais de saúde e pacientes, diz OMS

Guerra entre Rússia e Ucrânia entra no 11º dia; veja imagens do conflito

Do UOL, em São Paulo

06/03/2022 06h24Atualizada em 06/03/2022 10h41

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou hoje que a Rússia realizou pelo menos quatro ataques contra hospitais, profissionais de saúde e pacientes na Ucrânia desde o início do conflito, em 24 de fevereiro. Os ataques deixaram pelo menos seis mortos e 11 feridos.

Segundo relatório da OMS, o ataque mais letal aconteceu no primeiro dia da invasão russa à Ucrânia e resultou em quatro mortos e 10 pessoas feridas. O documento diz que foi usada "violência com arma pesada (como armas de fogo, tanques, mísseis, bombas ou morteiros)".

Não foram divulgados detalhes sobre as ocorrências e vítimas. Outros ataques foram registrados em 25 de fevereiro, 26 de fevereiro (com dois mortos e um ferido) e no dia 2 de março. A OMS investiga outros dois possíveis ataques em 24 de fevereiro.

O ministro da Saúde da Ucrânia, Viktor Lyashko, informou que 34 hospitais foram fechados desde o início da invasão russa. "É outra violação da Convenção de Genebra. Como resultado das ações de terroristas russos, 34 hospitais na Ucrânia foram danificados, alguns dos quais não poderão mais funcionar".

Lyashko diz que as informações serão compartilhadas com tribunais internacionais —o Tribunal Penal Internacional de Haia, na Holanda, já iniciou uma investigação sobre a invasão da Rússia à Ucrânia.

Nas redes sociais, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, condenou as ações da Rússia. "Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário".

A maioria dos ataques acontece em hospitais, mas alguns foram identificados contra ambulâncias, afirmou o chefe de escritório da OMS na Ucrânia, Jarno Habicht, em entrevista hoje à BBC.

Segundo ele, os profissionais de saúde da linha de frente são os mais afetados e a situação é "devastadora". Habicht relatou que o trabalho das equipes está cada vez mais difícil na Ucrânia desde a ofensiva militar, que sobrecarregou o sistema.

Muitos profissionais passaram a trabalhar em abrigos antiaéreos, diz Habicht.

As necessidades de saúde das pessoas estão aumentando diariamente e a cada hora. É muito, muito importante garantir que haja uma passagem segura de materiais de trauma e cirurgia.
Chefe de escritório da OMS na Ucrânia, Jarno Habicht, fala sobre corredores humanitários

Rússia intensifica ataques na madrugada

Em Mariupol, na região portuária ao leste da Ucrânia, é impossível contar o número de civis mortos, afirmou o prefeito Vadym Boychenko em entrevista a uma TV ucraniana. Após uma tentativa frustrada de cessar-fogo com a Rússia para a retirada de civis da cidade, militares russos intensificaram os ataques na madrugada.

"A cidade está em um estado de sítio muito, muito difícil", disse Vadym Boychenko. "O bombardeio implacável de quarteirões residenciais está em andamento, os aviões estão lançando bombas em áreas residenciais".

Sem energia elétrica, alimentos, água, gás e transportes, a cidade de Mariupol é uma dos locais mais afetados pela ofensiva da Rússia. O prefeito diz que a cidade está submetida a um bloqueio por militares russos.

Nesta noite, Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, também registrou uma série de explosões, informou a mídia local.

Em relatório publicado hoje, o Ministério da Defesa do Reino Unido informou que a Rússia tem como alvo áreas povoadas na Ucrânia, semelhante ao que aconteceu em Chechênia em 1999 e na Síria em 2016.