Após uma tentativa frustrada de retirar civis de Mariupol, na região portuária ao leste da Ucrânia, a Rússia intensificou os bombardeios contra a cidade nesta madrugada. Segundo autoridades locais, há ataques contra áreas residenciais e é "impossível contar o número de civis mortos".
A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, também registrou uma série de explosões nesta noite, informou a Polícia Nacional da Ucrânia. Conjuntos habitacionais e instalações de infraestrutura foram atingidos.
As Forças Armadas da Ucrânia dizem estar planejando várias operações defensivas hoje, inclusive na parte leste de Donetsk e na cidade de Chernihiv.
Saiba o que mais aconteceu entre a madrugada e as primeiras horas do dia:
Prefeito diz que Rússia intensificou bombardeios em Mariupol
O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, disse que o Exército russo intensificou os ataques contra a cidade. Ontem, um corredor humanitário foi autorizado pelo Kremlin para a retirada de civis, porém a prefeitura diz que o cessar-fogo não foi respeitado, com bombardeios registrados em Mariupol e em seus arredores.
"A cidade está em um estado de sítio muito, muito difícil", disse Vadym Boychenko a uma TV ucraniana. "O bombardeio implacável de quarteirões residenciais está em andamento, os aviões estão lançando bombas em áreas residenciais".
O prefeito acrescentou que milhares de crianças, mulheres e idosos foram atacados quando se aproximaram da área onde seria feito um corredor humanitário. Segundo ele, é impossível contar o número de civis mortos em Mariupol desde o início da invasão russa.
Cidade no sul da Ucrânia corta comunicações
A cidade de Berdyans, na costa sul da Ucrânia, cortou as redes de comunicação de todas as operadoras móveis da Ucrânia. Apesar da medida, a cidade permanece sob controle ucraniano, afirmou o governo.
"Em Berdyansk pode haver problemas com comunicações móveis", diz trecho do comunicado. "A cidade permanece sob controle ucraniano. A prefeitura continua trabalhando."
Forças Armadas da Ucrânia anunciam 'operações defensivas'
As Forças Armadas da Ucrânia anunciaram hoje uma série de operações defensivas ao sul, leste e norte do país. Em vídeo publicado nas redes sociais, um porta-voz diz que o objetivo é manter territórios sob o controle da Ucrânia e reconquistar cidades que estão sob o controle russo.
Segundo relatório divulgado ontem pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, quatro cidades ucranianas já estão cercadas por tropas russas: Mariupol, Chernihiv, Kharkiv e Sumy.
Um dos alvos da Ucrânia é o leste da cidade de Donetsk, que está sob controle de separatistas pró-Rússia, e há também uma operação em andamento para defender a cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia. Na direção da costa, as Forças Armadas da Ucrânia dizem que o objetivo é defender bases e portos marítimos do Mar Negro.
"A Força Aérea concentrou seus esforços em repelir mísseis e ataques aéreos inimigos, cobrindo aéreas de importância crítica para a Ucrânia e grupos de tropas", informou o porta-voz.
Inteligência do Reino Unido diz que Rússia ataca áreas povoadas
Em relatório publicado hoje, o Ministério da Defesa do Reino Unido informou que a Rússia tem como alvo áreas povoadas na Ucrânia, semelhante ao que aconteceu em Chechênia em 1999 e na Síria em 2016.
Segundo o documento, o avanço russo está sendo retardado pela resistência ucraniana, que ataca linhas de abastecimento.
Reino Unido diz que Rússia provavelmente usou cessar-fogo para reajustar tropas
Segundo o governo do Reino Unido, a Rússia provavelmente usou o cessar-fogo em Mariupol como uma tentativa de reajustar suas forças para uma nova ofensiva.
Em uma atualização da agência de inteligência, o Ministério da Defesa diz que o cessar-fogo também foi projetado para desviar o foco e minimizar condenações internacionais.
A Ucrânia diz que as forças russas bombardearam os corredores humanitários, mas o Kremlin culpa os "nacionalistas" ucranianos por impedir a saída de civis.
"Ao acusar a Ucrânia de quebrar o acordo, a Rússia provavelmente está procurando transferir a responsabilidade pelas vítimas civis atuais e futuras na cidade", disse o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Vários ataques contra equipes de saúde na Ucrânia, diz OMS
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, afirmou que há vários ataques contra equipes de assistência médica na Ucrânia em meio à invasão da Rússia —uma violação do direito internacional humanitário.
Até o momento, seis pessoas morreram e 11 ficaram feridas nos ataques.
Ucrânia diz que mais de 11 mil soldados russos foram mortos
As Forças Armadas da Ucrânia afirmam que mais de 11 mil soldados russos foram mortos desde o início dos conflitos, em 24 de fevereiro. Os militares da Rússia ainda não confirmaram esses números.
Segundo a Ucrânia, cerca de 300 tanques, dezenas de sistemas de artilharia e 88 helicópteros e aeronaves foram destruídos.
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