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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Mortos são enterrados em valas comuns em Mariupol, no sul da Ucrânia

Mortos são enterrados em valas comuns em Mariupol, na Ucrânia - Mstyslav Chernov
Mortos são enterrados em valas comuns em Mariupol, na Ucrânia Imagem: Mstyslav Chernov

Do UOL, em São Paulo

09/03/2022 16h44Atualizada em 09/03/2022 18h46

Moradores de Mariupol, no sul da Ucrânia, estão enterrando parentes e amigos em valas comuns porque os constantes bombardeios russos na cidade impedem sepultamentos adequados. O fotógrafo Mstislav Chernov capturou um desses momentos na região.

"Covas coletivas em Mariupol, pois as pessoas não podem enterrar seus mortos sob pesados bombardeios", escreveu em uma publicação no Instagram.

Nos últimos dias, a cidade tem sido alvo frequente de fortes ataques. Mesmo sob um acordo de cessar-fogo, civis não conseguiam deixar a região. Veículos internacionais dizem que a população de Mariupol está sem água e eletricidade há dias.

Segundo o assessor do prefeito de Mariupol, Petro Andryushchenko, cerca de 1,3 mil civis já morreram na cidade desde o início da guerra com a Rússia.

"A situação durante a noite foi de bombardeios na área de Cheremushek, do distrito de Primorsky, e na área de Port City. Além disso, os soldados começaram a usar ativamente o bombardeio aéreo. O objetivo de destruição completa da cidade não está mais escondido", disse Andryushchenko, segundo a agência de notícias ucraniana UNIAN.

Ataques atingem maternidade em Mariupol

Militares russos lançaram hoje bombas em um hospital infantil e maternidade na cidade ucraniana de Mariupol, no sul do país —crucial para a estratégia russa na Ucrânia—, informaram o governo e o porta-voz da polícia local. O ataque teria deixado pelo menos 17 feridos, segundo funcionários do centro de saúde.

O prédio ficou completamente destruído, de acordo com imagens publicadas pela Câmara Municipal em redes sociais.

"Os nazistas [russos] bombardearam deliberadamente um hospital infantil em Mariupol de aviões. Até agora, as forças de ocupação russas lançaram várias bombas em um hospital infantil. A destruição é enorme. O prédio da instituição médica onde as crianças foram atendidas recentemente foi completamente destruído. As informações sobre as crianças afetadas estão sendo esclarecidas", disse o órgão.

?????? Fascists from Russia deliberately bombed children's hospital in Mariupol

So far, Russian occupation forces have dropped several bombs on a children's hospital. The destruction is enormous.
Mariupol City Council
pic.twitter.com/TZjHMEYB9l

-- Tijuanas ?? (@adelonas) March 9, 2022

"Os ocupantes russos dispararam contra a maternidade nº 2 em Mariupol. Segundo testemunhas oculares, a maternidade não existe mais, muitas mulheres estão feridas e mortas. Russos desgraçados, vocês vão queimar no inferno!", escreveu o porta-voz da polícia regional, Vyacheslav Abroskin.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como uma "atrocidade" e voltou a pedir que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) proteja seu espaço aéreo contra a Rússia.

"O ataque direto de tropas russas na maternidade. Pessoas sob os escombros. Crianças sob os escombros. Isso é uma atrocidade! Por quanto tempo mais o mundo será cúmplice em ignorar o terror? Feche o céu imediatamente! Pare os assassinatos imediatamente! Você tem poder. Mas você parece estar perdendo a humanidade", escreveu em suas redes sociais o mandatário.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Sul da Ucrânia

O sul da Ucrânia é crucial para a estratégia da Rússia na guerra. Nos dias que antecederam a invasão, a Rússia posicionou ao longo da costa ucraniana navios carregados com tanques de guerra, veículos blindados e soldados, prontos para desembarcar no mar Negro e no mar de Azov.

A meta era cercar as cidades da região para impedir o acesso da Ucrânia ao mar e criar uma conexão direta com a península da Crimeia —dominada pelos russos desde 2014— e a região de Donbass, à leste, aliada da Rússia e com duas regiões que já declararam independência: Lugansk e Donetsk.

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