3ª Guerra Mundial? O que as maiores autoridades já falaram e qual o risco
Com o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, o temor de acontecer uma Terceira Guerra Mundial se tornou cada vez mais real. Passado quase um mês do confronto, o clima entre os dois países segue tenso e sem uma perspectiva de resolução.
Nervos exaltados e capacidade destrutiva se somam ao esgotamento da diplomacia e às sanções econômicas à Rússia.
Segundo alguns analistas, o principal motivo que poderia desencadear uma guerra mundial neste momento seria a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia em meio à invasão e ao bombardeio aéreo da Rússia em suas cidades.
A ação é insistentemente solicitada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, mas até o momento negada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e pelos demais aliados ocidentais.
Outro fator de risco para o início do conflito mundial seria os russos acertarem alvos em países membros da Otan, o que não daria outra alternativa à organização a não ser reagir aos ataques.
Mas o que os principais envolvidos no conflito entre Ucrânia e Rússia dizem sobre a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial?
Rússia
Logo que a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, falou que "quem interferir levará a consequências nunca experimentadas na história''. Três dias depois, o país colocou suas forças dissuasivas nucleares em estado de alerta.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, se pronunciou sobre o assunto dizendo que uma terceira guerra mundial teria a presença de armas nucleares e seria destrutiva. Ele também cobrou a retirada de armas nucleares dos Estados Unidos em território europeu e afirmou que a Ucrânia tem tecnologias soviéticas da época da Guerra Fria.
Lavrov disse que o país não pode deixar que a Ucrânia tenha armas nucleares. "A Rússia não permitirá que a Ucrânia adquira arsenais nucleares", concluiu.
Ucrânia
No dia 16 de março, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que talvez o mundo já esteja vivenciando uma Terceira Guerra Mundial.
"Talvez a Terceira Guerra já tenha começado. Nós vimos isso há 80 anos, quando a Segunda [Guerra] começou. Ninguém seria capaz de prever quando o conflito ganharia proporções mundiais e como iria acabar", analisou.
Em entrevista ao jornal alemão Die Zeite, Zelensky havia chamado a ameaça nuclear de "blefe" de Putin. "Uma coisa é ser um assassino. Outra é cometer suicídio", disse o presidente ucraniano.
Neste domingo (20), Zelensky voltou a comentar sobre o assunto afirmando que o fracasso na negociação com a Rússia significará que o conflito atual resultará em "uma 3ª Guerra Mundial". No entanto, o líder ucraniano disse estar pronto para dialogar com o presidente russo, Vladimir Putin.
Estados Unidos
No dia 11 de março, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que um confronto direto entre Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Rússia resultaria na Terceira Guerra Mundial.
"Nós defenderemos cada centímetro do território da Otan com todo o poder de uma Otan unida e galvanizada. Mas nós não entraremos numa guerra contra a Rússia na Ucrânia. Um confronto direto entre a Otan e a Rússia é a Terceira Guerra Mundial. E algo que devemos nos esforçar para evitar", declarou o presidente norte-americano.
Biden reforçou que os EUA "não vão lutar a Terceira Guerra Mundial na Ucrânia".
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, também reforçou o discurso do presidente norte-americano dizendo que a guerra mundial não vai acontecer porque os Estados Unidos não querem. "Não temos interesse em uma Terceira Guerra", afirmou.
Organização das Nações Unidas
Na última semana, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse estar preocupado com a possibilidade da guerra na Ucrânia desencadear um embate global.
"A perspectiva do conflito nuclear, antes impensável, está agora no campo das possibilidades", comentou o secretário-geral.
Guterres também considera que o confronto que segue se agravando entre os dois países não terá vencedores e nem perdedores.
"A cada hora que passa, duas coisas ficam cada vez mais claras: primeiro, que a situação continua piorando. Em segundo lugar, qualquer que seja o resultado, esta guerra não terá vencedores, apenas perdedores".
União Europeia
O presidente do Conselho Europeu - instituição responsável pela agenda política e as prioridades da União Europeia -, Charles Michel, defendeu a utilização da diplomacia e das sanções para evitar uma possível Terceira Guerra Mundial.
"A Ucrânia não é um membro da Otan. Por isso, precisamos ser muito cautelosos. Precisamos fazer tudo que está a nosso alcance, mas temos que considerar que a Rússia detém armas nucleares e é muito importante que nós evitemos um terceiro conflito internacional", comentou.
Ele considera que impor uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia seria "um passo longe demais" com um "risco real de escalada e de uma possível terceira guerra internacional".
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